Certa vez, em uma palestra de alguém ilustre (que não cabe aqui revelar o nome), sobre empresas eletrônicas (as da internet), ouvi o seguinte absurdo: “A Verdade Vende”.
Sem dúvida, ele se referia à consciência daqueles que dirigem startups (e, entenda-se aqui consciência em seu conceito, aquele que se remete aos deveres e direitos de cada um), em devolver ao “solicitante”, após o “click”, tudo aquilo que foi demandado. Seria ingênuo, senão trágico, sabermos que a história dessa relação ainda carece de leis, suficientemente fortes, para que se estabeleça a plena satisfação de ambas as partes. Sobretudo no Brasil.
Para empresas sérias e já consolidadas, todos sabem (ou teriam a obrigação de saber), que a reincidência em cometer erros (no caso, não entregar a verdade sobre um produto/serviço, ou mesmo entregá-lo aleijado), sejam eles pequenos ou grandes, irrisórios ou drásticos, leva à perda de credibilidade no mercado. E, a perda de credibilidade, gera a perda de confiança.
Consequentemente, da mesma forma que abarcam alguns aspectos do modelo de negócio das startups, a desconfiança se alastra em um processo repetitivo e escalável. E, assim, dramaticamente, algumas empresas, e seus criativos modelos de negócios, são engolidos pela competitividade da concorrência! Eric Ries, explica muito bem como isso acontece (no caso, esse conteúdo é discutido em seu livro, sugerido logo abaixo).
Essa mesma linha de raciocínio também serve para as fashion startups. O remédio levita somente ao oferecerem uma “cara”, imagem real (e não só virtual) que fale através de atitudes; apoiando efetivamente seus clientes-usuários. Um click falho é um click levado à concorrência: e, este último, pode oferecer senão dezenas, milhares de outras possibilidades melhores.
Abaixo sugiro algumas referências de leitura sobre o assunto:
– “The Lean Startup: How Today’s Entrepreneurs Use Continuous Innovation to Create Radically Successful Businesses”, Eric Ries
– “Startup Brasil”, Pedro Mello e Marina Vidigal
– “Inovação em Modelos de Negócios”, Alexander Osterwalder e Yves Pigneur
– “A era da incerteza”, Hélio Schwartsman
– “Sobre Raposas e Porcos-Espinhos”, Nate Silver
Por Joelma Leão
Professora e consultora de moda, Educação e Comportamento de Mercado
Saiba mais sobre startups:
– Startups, verdade e startups de moda