Pensamentos não faltam!
Acredito que todos nós já paramos para pensar em como será essa moda num mundo pós-pandemia. Se existirá esse mundo diferente, se teremos que conviver com todos esses novos hábitos adquiridos durante esse período de isolamento social. Se muitas pessoas apenas ignorarão esse processo e retornarão às suas vidas como se nada tivesse acontecido, como se nenhum pensamento precisasse ser mudado, como se nossos hábitos não precisassem ser repensados.
Porém, alguns fatos são concretos:
Precisamos pensar no coletivo
Pensar que das suas ações depende o trabalho de muita gente, valorizar o consumo local, comprar de quem conhece e sabe quem faz o produto, saber se esse produtor não explora o trabalho alheio e se se mantém transparente em todos os seus processos produtivos são fatores muito importantes nesse momento.
O consumidor está mais vigilante e preocupado com as consequências dos seus atos. Portanto, oferecer uma moda com propósito facilitará muito mais sua aceitação.
Sumário
A vida profissional pode existir sem a presença física no ambiente de trabalho
De acordo com a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) com o apoio do IBGE, foi comprovado que, durante a pandemia de Covid-19, 10% da população brasileira economicamente ativa está trabalhando em home office e que provavelmente não voltarão aos ambientes de trabalho tradicional.
Isso mostra uma fatia de 8,4 milhões de pessoas continuarão dentro de casa para desenvolverem seus trabalhos. O resultado mostra, inclusive, que 56% são mulheres e que mais da metade possui ensino superior (74%) e casa própria (72%).
Então, o ficar dentro de casa pede roupas mais confortáveis. O tempo que perderíamos no itinerário casa-trabalho permite outras atividades, como a valorização das atividades físicas e um pensamento saudável, fazendo crescer, também, um mercado de roupas para atividades físicas.
O “manifesto de A a Z”, da designer Stella McCartney, surgiu de uma reflexão durante o isolamento social sobre o legado que deixaremos para o mundo e traz assuntos já reforçados pela marca, como produções sustentáveis e veganismo.
Meio ambiente mostra sinais de mudança
É preciso repensar e ter mais consciência de consumo. A roupa precisa durar mais tempo, deixar de ser descartável. Precisamos diminuir o fast fashion em prol do slow fashion e valorizar outras formas de consumo, como por exemplo, o aluguel de roupas de segunda mão.
Deixar de comprar por impulso, por indução, por influência, e passar a valorizar a compra pensada em um contexto global, desde a extração da matéria prima até o seu descarte final.
É tempo de incentivar uma economia circular, saber que fim terão tantos resíduos que a industrial da moda produz.
A tecnologia fará cada vez mais parte do ambiente comum
Com os consumidores sem sair de casa, vale incentivar múltiplos canais de venda. O online está cada vez mais frequente na vida de todos, então, por que não estaria no consumo de moda? A moda precisa valorizar a aliança entre conforto, tecnologia e consumo facilitado.
Ainda é difícil afirmar o que será do pós-pandemia com tamanhas incertezas. Porém, além dos fatores citados, a prioridade número um continuará, por um bom tempo, sendo a higiene, a proteção individual e o conforto. Tudo com um toque de alegria para cuidar também do lado emocional.
Segundo Bruna Ortega, da WGSN Brasil, portal global em tendências de consumo e design, “a questão de proteção vem não só com o caso das roupas que abraçam, que trazem a ideia de conforto. Mas também uma outra ideia de proteção, com peças que preparam a gente para situações adversas. Além de tecidos que protegem do raio UV, poluição, antiviral“.
Ou seja, preocupados com um conforto para si mesmo e para o planeta, consumidores e marcas pretendem investir em peças leves, funcionais e atemporais.
Sobre a colunista
Ana Luiza é designer de moda, consultora empresarial, professora e colunista especial para o Blog Audaces.
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Uma resposta
Conteúdo de moda relevante para esses novos tempos. Parabéns!