As empresas que atuam no setor têxtil e de confecção estão permanentemente sendo testadas pelo mercado. O comportamento dos consumidores evoluiu continuamente, assim como avançam as conexões das cadeias de valor globais. Entre os desafios que uma empresa têxtil e de confecção vão enfrentar nos próximos anos e décadas está a da automação do processo produtivo e a adoção cada vez maior da tecnologia.
Mas você sabe como uma empresa têxtil e de confecção pode se beneficiar com a automação? A redução de custos é apenas uma parte das vantagens que uma companhia do setor pode verificar ao adotar processos automatizados. Confira mais sobre este tema que já está presente no cotidiano de muitas empresas e que fará cada vez mais parte da realidade do setor nos próximos anos.
Porque a automação pode significar a sobrevivência de uma confecção
Em 2008 a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) lançou a Política de Desenvolvimento Produtivo que contemplou, entre outros setores, a cadeia de valor Têxtil e Confecção. Para debater o cenário atual do setor e os desafios futuros para torná-lo ainda mais competitivo, a ABDI criou um Comitê Gestor que promoveu um amplo debate que envolveu especialistas, o meio acadêmico e os setores público e privado.
Inicialmente a Visão de Futuro estabelecida por esta ampla discussão visava uma política pública e estratégica que unia esforços públicos e privados para o setor até o ano 2023. Mas, depois, o projeto coordenado pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), a ABDI e o Senai Cetiqt ampliou as perspectivas para 2030.
Um dos documentos produzidos como resultado desse amplo debate, o “Panorama Setorial Têxtil e Confecção”, comenta sobre o papel do setor privado na evolução do setor. Em curto prazo, afirma o documento, uma empresa têxtil e de confecção deveria se concentrar na aplicação de seus conhecimentos e competências de forma criativa.
Sumário
Mas de que forma uma confecção pode fazer isso? Uma das tendências apresentadas pelo Panorama Setorial é a automação dos processos produtivos. O documento explica que, segundo Michael Fralix, presidente e CEO da TC Square, o nível de automação de uma empresa têxtil ou do vestuário está diretamente associado ao custo do trabalho.
Nos países em que o custo com a contratação de funcionários é mais alto – como é o caso da Europa, dos Estados Unidos, do Brasil, entre outros – a automação entra como um mecanismo de diferenciação competitiva entre os concorrentes.
Segundo Fralix, ainda que em países com custo de mão de obra menor seja identificada uma adoção menor da tecnologia, é uma questão de tempo para que os salários subam e para que a automação seja vista como necessárias nestes locais também.
Neste cenário, a automação e o uso da internet em diferentes etapas da cadeia produtiva já fazem parte das rotinas das empresas mais afinadas com as demandas do mercado – e isso só tende a aumentar a cada ano que passa. As empresas têxteis e de confecções brasileiras investiram, entre 1990 e 2006, segundo o Panorama Setorial, US$ 11,2 bilhões em máquinas convencionais de maior velocidade ou tecnologias inovadoras.
O efeito prático deste investimento intensivo foi a ampliação da produção em todos os subsetores da cadeia produtiva têxtil e o aumento da produtividade. Uma reportagem assinada por Bruno de Oliveira e publicada no Estadão em 2015 comentava como a automação, antes restrita às grandes empresas, começava a ser implantada cada vez mais em negócios de pequeno e médio porte.
A reportagem do Estadão observa como a automação envolve processos de produção mais rápidos que proporcionam redução de custos para as empresas que, por sua vez, começam a produzir mais e melhor.
Quais as tecnologias de automação mais adotadas
Uma sondagem especial feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e publicada em 2016 demonstrou que 47% das empresas que fabricam produtos têxteis utilizam pelo menos uma das 10 tecnologias digitais apontadas pelo levantamento e que são aplicadas no processo produtivo, no desenvolvimento de produtos ou no próprio produto/novos modelos de negócios.
Entre todas as empresas extrativistas e dos diferentes segmentos da indústria da transformação que participaram da sondagem da CNI, 21% já estavam adotando em nível médio-alto ou alto a automação digital sem sensores e que 48% tinham estes níveis de adoção da automação digital com sensores para controle de processos.
O levantamento da CNI apontou, ainda, níveis de uso médio-alto ou alto feito por 18% das empresas da automação digital com sensores com identificação de produtos e condições operacionais, linhas flexíveis; que 13% das indústrias tinham estes níveis de adoção do monitoramento e controle remoto da produção com sistemas do tipo MES (Manufacturing Execution Systems) e SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition); e que 73% das empresas tinham níveis médio-alto ou alto de projetos de manufatura por computador CAD/CAM.
As principais vantagens da automação para uma confecção
Os processos de automação fazem parte, segundo a CNI, de um arcabouço maior de tecnologias digitais que estão revolucionando todos os setores industriais – incluindo o têxtil e do vestuário. Segundo a entidade, a digitalização é importante para a indústria em geral porque ela tanto aumenta a eficiência de uma empresa quanto melhora o aperfeiçoamento do produto e incentiva a criação de novos modelos de negócios.
O levantamento da entidade demonstrou que quanto maior a intensidade tecnológica da atividade industrial, maior é o uso das tecnologias digitais. Na liderança do ranking aparecem, por exemplo, os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com 61% das empresas adotando tecnologias digitais; seguido do setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos com 60% das empresas – o setor de produtos têxteis aparece em oitavo lugar na lista.
Entre as empresas que adotam pelo menos uma das tecnologias digitais listadas pelo levantamento da CNI, 73% adotam esta tecnologia no processo de produção, 47% na etapa de desenvolvimento da cadeia produtiva e 33% têm esta tecnologia atrelada a produtos e novos negócios.
Olhando para estes três focos de aplicação das tecnologias digitais, as indústrias que fabricam produtos têxteis aparecem em 6º lugar no ranking dos processos (com 35% das empresas adotando a tecnologia) e em 4º lugar no uso das tecnologias com foco nos produtos (17% do total).
A grande vantagem da automação para uma empresa têxtil é que ela permite linhas mais flexíveis e dinâmicas de produção. Os principais benefícios da adoção das tecnologias relacionadas à automação são os seguintes:
- O estabelecimento de linhas flexíveis e autônomas de produção
- Estas linhas flexíveis permitem a aplicação do conceito de customização em massa
- Utilizando este conceito, a confecção consegue reduzir a produção a uma escala mínima de produção eficiente
- Este tipo de produção mínima possibilita que a companhia possa atender a clientes de diferentes gostos e necessidades
- Redução de custos operacionais e de desenvolvimento
- Aumento da produtividade
- Ampliação do mercado de atuação da empresa têxtil
- Melhora na qualidade dos produtos
A automação no processo produtivo através da utilização de equipamentos como os produzidos pela Audaces, que é referência mundial em inovação tecnológica para a moda, permite que os funcionários de uma confecção produzam muito mais e com melhor qualidade.
Uma sala de corte automatizada, por exemplo, permite uma precisão muito maior no corte, além de otimizar o uso dos tecidos, minimizando as sobras e abolindo o retrabalho – as peças saem da sala de corte prontas para a costura e sem a necessidade de ajustes posteriores na etapa anterior do processo.
A redução de custos surge tanto na utilização da matéria prima quanto nas horas de trabalho gastas pelas equipes nos diferentes estágios da produção em uma empresa têxtil e do vestuário. Sem contar a consequente redução de gastos com energia elétrica.
Todas estas vantagens fazem com que a empresa que investe na automação consiga obter um retorno do investimento feito na compra dos equipamentos de forma muito mais rápida do que o previsto inicialmente.