Com a proximidade do fim do ano, vem também a tarefa de planejar o futuro e revisar as falhas do passado que poderiam ter sido evitadas. Nesse sentido, é desagradável lembrar-se de uma situação ao qual você se deparou com alguém vestida igual a você. E a pergunta “Com que roupa?”, se torna tão doce na música de Noel Rosa e quase um pesadelo na vida real.
Pesquisas indicam que há um grande número de pessoas que viajam para procurar roupas exclusivas fora, seja em outra cidade, estado, região ou até país, tendo como grande motivação a aquisição de roupas “exclusivas” no que se refere ao seu círculo de amizades e ambientes potencialmente frequentados.
Mas, a garantia de que ao procurar roupas exclusivas evita encontrar vestido igual já se dilui no século 21. A mobilidade das pessoas faz com que lugares antes quase remotos se tornem rota de peregrinação fashion. A globalização das marcas, presentes em grande parte do mundo fez com que o mesmo vestido, a mesma blusa, a mesma calça, esteja disponível no ocidente e no oriente.
O consumidor busca roupas exclusivas/ Reprodução
Já o e-commerce tem contribuído no sentido de oferecer às pessoas de qualquer lugar do mundo os mesmos produtos, sem sair de casa. Há ainda mais um agravante: a internet tornou o acesso aos lançamentos de moda muito mais acessível, o que indiretamente ajuda a manter um mercado paralelo de inspirações, releituras, produtos similares e até mesmo de cópias.
Para o consumidor, ou mais especificamente, para a consumidora, além do estilo, corte, cor, caimento, marca, tecido, presença, a roupa ideal deve ser exclusiva. Para muitas, o efeito mágico da moda perde todo o seu encanto quando se dá de cara numa festa com um “parzinho de jarro”, como se diz na linguagem popular com duas pessoas vestidas iguais.
Encontrar pessoa com roupa igual em um evento pode ser constrangedor/ Reprodução
Por Maria Alice Rocha
Doutora (PhD) em Design de Moda
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