O ciclo de vida do produto de moda é cada vez mais curto. Na tentativa de suprir a expectativa do mercado em tempo mínimo, tem-se negligenciado o planejamento, comprometido a qualidade final e, de certa forma, difundido a cultura da cópia.

Hoje em dia, é indispensável a adoção de um processo rigoroso de planejamento do trabalho que envolva do setor de criação ao de expedição. Esse envolvimento deve ocorrer de forma a promover a interação entre todas as áreas, com foco na qualidade e no ritmo ditado pelo mercado de moda atual.

As indústrias têxteis, principalmente as de confecção, precisam inovar os seus processos para chegar à velocidade imposta atualmente pelo mercado da moda. Para chegar a este grau de inovação, o setor têxtil precisa enfrentar os desafios.

O maior deles é a desatualização tecnológica, principalmente das micro e pequenas empresas. O baixo investimento em modernização é um dos principais obstáculos ao desenvolvimento e à competitividade do segmento.

Imagem: Ciclo de vida de produção em uma confecção

Apesar da necessidade de manuseio de equipamentos mais modernos (utilização de microeletrônicos, entre outros), a profissionalização da mão de obra empregada é relativamente baixa, sendo o ensino fundamental o nível escolar de maior representatividade neste setor. Esse segmento tem bom potencial de geração de renda, principalmente para aqueles menos privilegiados com pouco acesso à educação.

No entanto, o segmento cresce continuamente e a tendência é a modernização de seus meios, bem como a gestão dos negócios. Para isto, faz-se necessária a qualificação e o aprimoramento dos recursos humanos. A mão de obra precisa estar apta para lidar com novos equipamentos e formas de produção e gerenciamento. Para sobreviver, as empresas dependem de variadas ações, como:
– Transferência das unidades confeccionistas para regiões onde há mão de obra mais barata, reduzindo o custo médio da produção das indústrias de confecção;
– Investimento em tecnologia (CAD/CAM);
– Profissionalização das empresas familiares;
– Aumento do volume de vendas das confecções de micro e pequeno porte;
– Preparação das empresas para exportação de produtos;
– Qualificação e especialização da força de trabalho.

As grandes organizações do ramo precisam buscar constantemente, como estratégia empresarial, a modernização e os ganhos de produtividade. Apenas com qualificação profissional e investimento tecnológico as empresas deste setor podem vencer os desafios atuais do mercado da moda.

Por Bruna Dezan
Designer de moda