Por Juliana Zanettini
Consultora de tendências e consumo, e professora universitária
Moda na terceira idade é um assunto que rende um bocado. Afinal, os Baby Boomers (nascidos entre 1943-1960) estão envelhecendo.
Com base nesse pensamento, nos perguntamos de que forma esta geração que tanto impactou a cultura jovem dos anos 1960 e 1970 vem lidando com a ideia da velhice? Na busca por respostas, podemos observar assuntos que permeiam a vida dos Boomers por meio de diferentes esferas na sociedade contemporânea. Nas telas, filmes como “O amor” (2012), de Michael Haneke, “Não olhe para trás” (2015), de Dan Fogelman e a série “Grace and Frankie” (2015), do Netflix retratam novos padrões de comportamento com o chegar da idade avançada nos dias de hoje.
Recentemente, em Portugal, um projeto chamado Lata 65 ensinou vários idosos a grafitar. Já o MoMA – Museu de Arte Moderna – apresentou a “Prime Time”, iniciativa que oferece exposições, cursos e visitas guiadas aos idosos, afim de se estimular sua participação junto aos eventos culturais em Nova York.
Porém, ainda são poucas as marcas que exploram a moda na terceira idade como nicho de mercado, contudo, alguns designers vêm apresentando imagens de mulheres maduras como eixo central de seus desfiles e campanhas.
Jean Paul Gaultier há um bom tempo se utiliza de modelos mais velhas em seus desfiles. American Apparel, Céline, Dolce e Gabbana, entre outras, também apostam no casting maduro. A marca Old Ladies Rebellion e o blog Advanced Style propõem um novo olhar acerca da moda na terceira idade, este bem diferente do perfil de comportamento da geração de idosos anterior.
Contudo, apesar de as campanhas publicitárias concentrarem suas forças neste público, o apresentando de forma jovem e despojada, ainda são ínfimas as marcas que investem neste nicho como público alvo em potencial. Em termos de desenvolvimento, o que acontece (principalmente no cenário nacional) são as linhas de produtos voltados à terceira idade nos espaços de varejo de moda, nem sempre condizente aos gostos de seus consumidores. Se, conforme perspectivas, a população idosa brasileira irá quadruplicar até 2060, a moda na terceira idade é um dos maiores expoentes em termos de estilo, criação, modelagem e serviços. Fique ligado!
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