No processo de confecção do vestuário, primeiramente, o estilista (criador) desenvolve a coleção repassando os desenhos para o modelista. Este, por sua vez, os transforma em partes fragmentadas com dimensões reais conhecidas como molde. Feito isso, o molde é cortado sobre o tecido no qual será confeccionado uma peça-piloto.
A função da peça-piloto para a modelagem é a de servir de base para reproduzir um produto em escala, ou seja, utiliza-se esta terminologia no vestuário para designar a primeira peça de roupa a ser confeccionada para testes. Após correções, se necessárias, a peça servirá de apoio no processo produtivo, visando a cópia fiel deste produto, passando por todos os setores e finalizando o lote com qualidade.
A principal função da peça-piloto para a modelagem é a de apontar os possíveis defeitos durante a construção dos moldes, bem como volumes inadequados, recortes fora do lugar, excesso ou escassez de folgas, caimento de tecido, acabamentos, vestibilidade, conforto e fatores que possam comprometer a execução do produto. Para que esses itens possam ser verificados, é necessário que seja executada ainda nesta etapa a prova de roupa.
Na hora de realizar a prova, algumas empresas utilizam os manequins com medidas padrões. Porém, é de extrema importância que a prova da roupa seja realizada em um corpo humano vivo, que possua as medidas desejadas. Nesta etapa, é necessário também que o corpo do modelo humano seja medido no início das provas das roupas para conferência, cuidando para que não ocorra diferença nos tamanhos de uma coleção para a outra.
A prova tem a função de auxiliar o profissional a fazer o diagnóstico de eventuais defeitos que podem aparecer tanto na confecção da peça-piloto como na prova. Após a detecção das falhas, o problema é corrigido e costura-se uma outra peça.
Outra função da peça-piloto para a modelagem é a de evitar sérios prejuízos para a empresa, porque na sua correção pode-se evitar custos inadequados no processo produtivo e falhas e imperfeições que comprometam a qualidade do produto, como ganchos rasos ou com sobras, golas que não assentam, volumes exorbitantes, entre outros que não suprem a necessidade dos clientes.
Por Grazieli Pires
Professora do SENAI – Cianorte -PR
MBA em Design de Moda
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