Podemos dizer que a manipulação de superfície é um dos conceitos de Design de Superfície. Segundo SIQUEIRA (2012), esse termo foi importado dos Estados Unidos – do inglês Surface Design – pela designer e consultora de cores brasileira Renata Rubim, em 1987. A expressão foi usada para denominar o design que pode ser aplicado a qualquer superfície existente, seja têxtil, cerâmica, embalagens, papelaria, decoração, plástico e tudo mais que houver.
Exemplo de design de superfície/ Reprodução
Apesar de que nos diversos países onde é aplicada essa definição, também tem significados diferentes, focado em segmentos específicos, por exemplo na França é usada para revestimentos e nos Estados Unidos apenas para o segmento têxtil.
“O design de superfície sempre existiu, mas as pessoas nunca se deram conta. Todas as formas têm superfície e são possíveis de receber algum revestimento ou tratamento, uma cor ou textura”. (RUTHSCHILLING apud SIQUEIRA, 2012)
Com os novos conceitos de consciência ambiental e a busca constante por exclusividade nos produtos de moda, novas possibilidades surgem para a área das superfícies têxteis, tanto que ressurgem formas de resgatar práticas antigas e artesanais para potencializar o mundo industrial, assim como o uso de novas tecnologias menos agressivas ao ambiente na criação de novos e inovadores suportes para o design de moda.
Portanto, entende-se por design de superfície têxtil toda manipulação, de cunho diferenciador, que pode ser aplicado ou introduzido na superfície dos tecidos, desde estampas, revestimentos, resinas, construção e ligamento dos tecidos, até os processos de acabamentos.
“É uma atividade técnico e criativa cujo objetivo é a criação de texturas visuais e/ou táteis, projetadas especificamente para a constituição e/ou tratamento de superfícies, apresentando soluções estéticas, simbólicas e funcionais adequadas às diferentes necessidades, materiais e processos de fabricação”. (RUTHSCHILLING, 2006)
Em sua maioria os materiais têxteis são reconhecidos e experimentados através da visão e tato, sua aparência visual final pode ser utilizada como um complemento à análise técnica. Baseia-se em uma descrição de como o material têxtil é olhado e qual sensação causa, e esta descrição visual está nos fatores que dão a este material sua superfície de textura, podendo incluir, por exemplo, uma caracterização da uniformidade do fio, do brilho, da torção, da tecelagem, da densidade, da espessura e do grau de feltragem (STRAND; FREI; GLEBA; MANNERING; NOSH; SKALS, 2010).
Por Ana Luiza Olivete
Designer de Moda, Professora e Consultora Empresarial
Fontes
SIQUEIRA, Maurício. Design Forum, 2012. Design de Superfície. [Online]. (Postado em 06/01/2012). Disponível em https://designforum.com.br/blog/?p=2485 [Acesso em 24/05/2012].
RUTHSCHILLING, E. A. Introdução ao Design de Superfície. Porto Alegre: Núcleo de Design de Superfície – UFRGS, 2006.
STRAND, Eva Andersson; FREI, Karin Margarita; GLEBA, Margarita; MANNERING, Ulla; NOSH, Marie-Louise; SKALS, Irene. Old Textiles − New Possibilities. European Journal of Archaeology v. 13: 149-173. – Thousand Oaks: SAGE Publications, 2010.