Em meio a transformação do comportamento do consumidor, o mercado dinâmico e imediatista pede por tomada de decisões rápidas e assertivas. É preciso lidar com o gerenciamento dos processos, para que o produto chegue no tempo certo no ponto de venda. Tendências validadas pelo mercado impactam em qualquer planejamento e facilmente transformam um estoque em ultrapassado. A produção é cada vez mais sazonal e exige agilidade na mesma medida.
A adaptação da indústria de confecções a partir do apelo do consumidor demanda flexibilidade por parte das empresas, mas não chega a ser uma missão impossível. As mudanças nos hábitos de consumo precisam ser lidas nos seus resultados de vendas e considerando uma premissa básica, segundo o consultor Allan Garcia: estoque é dinheiro.
Metodologia acompanha dinâmica da indústria da moda
Em uma metodologia de 7 passos, desenvolvida especialmente para a gestão no setor de confecções, o consultor Allan Garcia, atuante há 30 anos no segmento de confecção, aborda que a empresa deve ter o controle e tomar decisões observando o estoque com a mesma seriedade com que maneja seus ativos e passivos no departamento financeiro.
Na indústria da moda, fatores como sazonalidade, novidade e exigências da pronta-entrega tornam a gestão dos processos muito mais complexa. Então, como as empresas de confecção podem manejar seu estoque em favor da sustentabilidade e da vantagem competitiva?
Este é o tema central do webinar Audaces no mês de março, Os 7 pilares da indústria da moda, conduzido pelo consultor Allan Garcia. Em sua apresentação on-line, o palestrante irá contextualizar como o perfil da indústria se adapta, impulsionado por mudanças ditadas pelos hábitos de consumo. Um exemplo disso é o nicho do fast fashion, em que o giro das novas coleções se dá em um período reduzido, como uma temporada de dois meses.
Sumário
Fast fashion ensina confecções a realinhar objetivos
Em nome do fator novidade, a modalidade fast fashion reduz significativamente a prática de pedidos, adota a pronta-entrega e trabalha com estoque reduzido, definido pelo volume de vendas da coleção anterior. A indústria incorpora a demanda, investe mais em design e tecnologia para padronizar e agilizar processos, substitui estoque por capital de giro e desenvolve muito mais flexibilidade e rapidez na criação e no escoamento da produção.
“Se eu resolvo fazer apostas, produzindo mais do que estou vendendo, o dinheiro convertido em estoque fica parado. No próximo mês, preciso oferecer novidades para poder impulsionar as vendas. Sem o fator “novo”, perco para a concorrência. Então, ou destino parte dos recursos para reoxigenar o estoque ou estarei minando meu departamento comercial, que venderá ainda menos que no mês anterior”, diz Allan Garcia.
Webinar aborda os 7 pilares da indústria da moda
Para solucionar esse tipo de problema, o especialista cita a metodologia dos 7 pilares para aplicação à indústria da moda.
A seguir, você conhecerá os princípios para os quais o especialista aponta soluções no webinar Audaces deste mês de março.
1- Comercial
O pilar Comercial abrange a gestão de acordo com o modelo de trabalho adotado pela confecção. A fábrica pode operar comercialmente em um sistema de representação e pedidos ou com pronta-entrega. O fato é que o produto da indústria da moda tem um prazo de validade mais curto do que o de um alimento.
Acertar o timing para o planejamento, a confecção e a venda é uma combinação de vários fatores que precisam ser geridos com máxima eficiência. Em meio a modelos de negócio que preveem não mais duas, mas 12 coleções por ano, combinar o ritmo da produção e manter um bom atendimento preservando a carteira de clientes é outro desafio.
2- Estoque
A gestão de Estoque é o pilar do qual mais as empresas podem tirar proveito para aumentar a vantagem competitiva, segundo o especialista. Primeiro, é preciso reconhecer as mudanças no setor. Dependendo do perfil de sua empresa, se ela atende mais em pronta-entrega, ter o produto certo no momento certo pode significar lançar 12 em vez de 3 coleções por ano. Esse raciocínio parte da premissa de que o comércio não suporta mais trabalhar com alto estoque e que prefere investir em novidades para impulsionar as vendas.
O investimento que iria para a produção de mais peças agora é injetado na inspiração, pesquisa, criação, modelagem, piloto, corte, confecção e distribuição. Isto porque, produzir mais do que se vendeu na última coleção começa a ser visto como algo pouco estratégico. Adequar o estoque à demanda comercial existente acaba abrindo espaço para o novo e a oportunidade de venda.
3- Financeiro
De olho no mark-up de cada produto, ou seja, no quanto o preço dele está acima do custo de produção e distribuição, o pilar Financeiro é o que responde à confecção se este valor aumenta ou diminui. Com um estoque bem gerenciado, o custo do produto não aumenta para a indústria. Estabelecendo uma média geral para o setor de confecção, o mark-up de uma empresa equilibrada e sustentável é de cerca de um terço do custo do produto.
Outro centro de custos observado pelo Financeiro consiste no custo de venda, composto por comissionamento, impostos, marketing, verba sobre inadimplência e taxas de cartão. Este custo pode atingir cerca de 20% do custo total do produto. Calculando os custos específicos para cada empresa e cada item produzido, a confecção pode limitar e estabelecer suas metas financeiras para o equilíbrio.
4- Marketing
O pilar Marketing é essencial como um visor para o comportamento do mercado. Quase tudo reflete na web, nas mídias sociais. Seja para atração ou manutenção do público, o poder da imagem, do storytelling, da customização e dos influenciadores é abordado na metodologia dos 7 pilares.
5- Produto
O pilar Produto é o que caracteriza individualmente os itens comercializados. Beleza, variação de mark-up, e classificação são considerados. Uma marca diferencia seus produtos como parte da estratégia comercial, com produtos-desejo representando seu diferencial e talento, e iscas comerciais, peças selecionadas de olho nas tendências e na concorrência, em que os preços são reduzidos para atrair o cliente até a marca.
6- Equipe
O pilar Equipe volta-se à qualificação do time e aos setores em que a confecção não pode economizar, como estilo e marketing. Políticas de meritocracia e engajamento aplicadas pela empresa revelam que profissional caro é aquele que não se paga.
7- Empresário
O pilar de maior sustentação do propósito da empresa é o Empresário. O negócio não se torna o que seu idealizador não for ou o que ele deixar de fazer. Além da energia necessária e da dedicação para administrar, ele precisa pensar sistematicamente em investir em conhecimento, marketing, talentos e correção de rumos de acordo com a dinâmica do mercado da moda.
Tantas mudanças e a aceleração nos processos de criação e confecção têm o suporte tecnológico de softwares e máquinas que permitem integração e agilização dos processos produtivos e estabelecimento de padrões que garantem qualidade e redução de perdas e de custos.
Neste webinar Audaces, você saberá como observar sua empresa sob a ótica dos 7 pilares da indústria da moda, com foco na produtividade e na competitividade. Inscreva-se para participar do webinar e tirar as suas dúvidas gratuitamente. Até breve!
O palestrante
Allan Garcia é consultor empresarial especialista em gestão, fundador e sócio-diretor da Result Place Consultoria, com sede em Fortaleza (CE). Com cerca de 30 anos de atuação no setor de confecção, o empreendedor, graduado em Ciência da Computação e especialista em Administração e Negócios, é o criador da metodologia 7 Pilares da Moda, para a gestão sistêmica de empresas de moda direcionando a tomada de decisões estratégicas e levando em conta os indicadores de todos os setores da empresa, de forma simultânea.