Um dos temas que está em constante debate no setor de vestuário no Brasil é a necessidade que as confecções têm em se profissionalizar e modernizar. Essa atualização pode ser por meios e processos produtivos inovadores e ágeis e com a utilização de sistemas CAD – Computer Aided Design – e CAM – Computer Aided Manufacturing, afinal, confecções automatizadas se tornam mais competitivas.
A designer de moda, professora e consultora empresarial Ana Luiza Olivete aborda a importância e a atual necessidade que a indústria do vestuário têm em se modernizar e automatizar o processo produtivo, qual o impacto dessa mudança e os principais benefícios dessa atualização.
As empresas que não se modernizarem podem ter problemas (em venda, produção, gestão) no futuro?
Ana Luiza Olivete – A modernização implica diretamente nos resultados e no crescimento das empresas, aquelas que não acompanharem a evolução do mercado tecnológico serão gradativamente e automaticamente postas de lado.
Por que as confecções devem investir em modernização na linha de produção?
Ana Luiza Olivete – Porque a não modernização implica negativamente em infinitas vertentes dentro da linha de produção, ou seja, implica na qualidade, que é o mínimo necessário para estar no mercado hoje em dia. Depois, o acompanhamento dos processos produtivos no que diz respeito a planejamento, programação e controle da produção, do desenvolvimento de novos produtos e venda e pós venda. Por fim, na gestão da qualidade total, que significa qualidade em todos os processos, ou seja, em todos os ‘cantinhos’ da empresa.
Para cada etapa do processo produtivo nas confecções, existe um sistema específico para auxiliar na produção/ Reprodução
Quais os principais benefícios para as confecções que investem em modernização?
Ana Luiza Olivete – Acredito que além dos itens descritos acima, o benefício maior é um melhor posicionamento no mercado e na mente dos consumidores.
Algumas pessoas têm medo de que a modernização tire seus empregos. Na sua opinião, essa preocupação é realmente relevante? Por quê?
Ana Luiza Olivete – Não acredito na perda de postos de trabalho, mesmo porque as máquinas não trabalham sozinhas. Porém, usam menos o capital humano; profissional este que, nas empresas ditas ‘inteligentes’, pode ser remanejado para contribuir com o escoamento do crescimento intrínseco da produção.
Os produtos estrangeiros estão entrando no mercado brasileiro. Em sua opinião, por que este fenômeno está acontecendo?
Ana Luiza Olivete – A princípio por uma concorrência desleal focada no trabalho escravo e seu baixo custo. Depois, pelos altos investimentos em tecnologia feitos pelos países estrangeiros, que estão focados na melhoria dos produtos e processos produtivos. Bem como um bom investimento em capital humano de qualidade, criatividade e proatividade.
Isso é algo com o que os empresários brasileiros tenham que se preocupar? Por quê?
Ana Luiza Olivete – Certamente… Estão cada dia mais sendo passados para trás. Por isso o investimento em melhores processos, melhores equipamentos e melhores ‘cérebros’ são essenciais.
Que dica você dá aos empresários para superarem essa concorrência?
Ana Luiza Olivete – Que sejam antenados nas mudanças que ocorrem diariamente no segmento e tentem ao máximo se adaptarem à essas evoluções, pois só as empresas que acompanham o desenvolvimento da tecnologia e a repassam em melhores produtos ao seu consumidor conseguem permanecer num mercado tão competitivo como o atual.
Acho importante as empresas estarem sempre atentas ao mercado e buscarem acompanhamento das inovações a fim de não se suprimirem por seus próprios meios produtivos.
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