Lean manufacturing: conheça os princípios da manufatura enxuta10 min read

Sumário:

Em busca de aumentar a produção, diminuir custos e maximizar a eficiência produtiva, muitas empresas e indústrias buscam metodologias e filosofias de gestão para nortear seus processos internos em busca desses objetivos.

Nesse amplo universo, o lean manufacturing é uma dessas filosofias que objetivam o crescimento e a organização processual com base em um princípio muito bem conhecido: somente o essencial basta.

Por meio dele, essa metodologia promove mudanças culturais e processuais especialmente em indústrias e, por extensão, também pode ser aplicada na indústria da moda e nas confecções.

Quer saber mais sobre os princípios do lean manufacturing e como ela funciona na prática? Acompanhe este artigo completo do blog Audaces e saiba tudo sobre o assunto:

Qual é o conceito de Lean Manufacturing?

Lean manufacturing, ou manufatura enxuta, em tradução, é uma filosofia e um sistema de gestão que busca aumentar a eficiência produtiva por meio da eliminação de gargalos e redundâncias produtivas.

Isso significa avaliar quais processos estão funcionando de forma enxuta, isto é, utilizando a quantidade suficiente de recursos (pessoais, insumos, de tempo etc), e quais estão “redundantes”, isto é, consumindo mais do que o necessário.

Apesar de ser uma filosofia do século passado, o lean manufacturing ganhou mais visibilidade com a ascensão da Indústria 4.0 – a nova fase nos modos produtivos que preconiza a produção mais limpa, sustentável e tecnológica o que, consequentemente, a torna mais enxuta.

Como e quando surgiu o lean Manufacturing?

Como dissemos, o lean manufacturing existe como filosofia desde a Segunda Guerra Mundial, tendo sua origem no Japão e, mais especificamente, nas fábricas da Toyota – fato que fez com que, no início, essa prática fosse conhecida como “Sistema Toyota de Produção”.

O termo lean manufacturing foi criado por pesquisadores do International Motor Vehicle Program (IMVP), ligado ao MIT (Massachusetts Institute of Technology), no final dos anos 80. Graças a esse estudo/programa de pesquisas, o lean manufacturing passou a ser entendida como um sistema de produção ágil, flexível, inovador e eficiente.

Quais são os 5 princípios do lean Manufacturing?

Por ser uma metodologia antiga (mas não obsoleta) e consolidada, o lean manufacturing funciona com base em 5 princípios cujo entendimento é fundamental para que a filosofia seja melhor compreendida:

  1. Valor: é a característica atribuída às necessidades do cliente, ou seja, o que ele considera importante e que atende às suas necessidades em um período determinado de tempo;
  2. Fluxo de Valor: é todo o fluxo produtivo e processual que leva o produto desejado até o cliente. Mais adiante, entenderemos o porquê de ele ser um dos principais valores a serem analisados e ‘enxugados’;
  3. Fluxo Contínuo: esse valor pressupõe a produção por etapas (herança dos modelos contemporâneos, como o Fordismo, por exemplo), mas pode ser adaptado como ao princípio de que a divisão de etapas na produção ajuda a eliminar desperdícios;
  4. Produção Puxada: aqui, podemos entender esse valor como sinônimo de uma produto “empurrado” ao cliente, ou seja, algo ofertado sem que tenha sido detectada a real necessidade ou interesse por ele da parte do consumidor
  5. Perfeição: herança de sua origem japonesa, esse valor é a característica atribuída ao processo quando ele entrega o valor certo ao cliente e é fruto de uma produção sem desperdícios.

Como a filosofia lean Manufacturing funciona na prática?

Na prática, o lean manufacturing tem estrutura semelhante aos sistemas de gestão, sendo necessário ir até onde o problema acontece, avaliá-lo, estruturar soluções efetivas, práticas e enxutas, aplicá-las e monitorá-las.

Naturalmente, não se trata de um processo simples, especialmente em empresas e indústrias de grande porte, nas quais existem uma grande quantidade de processos. Por isso é importante segmentar a análise e contar com responsáveis por ele em cada um dos setores.

Os colaboradores também são parte essencial da metodologia enxuta, uma vez que são eles quem possuem mais know how prático de como os processos acontecem – e, consequentemente, de suas falhas.

É indispensável considerar a perspectiva do cliente, também, especialmente em empresas e indústrias que oferecem serviços como atividade principal.

Sintetizando, na prática, o lean manufacturing considera:

  • operacionalizar o fluxo de trabalho, maximizando a produção e reduzindo os empecilhos produtivos;
  • analisar todos os processos – internos e externos – que resultam em redundâncias de processos;
  • fabricar somente o necessário e ter total controle sobre a produção (o que é facilitado quando o processo é automatizado);
  • analisar e determinar o fluxo de valor, ou seja, o que pode ser mantido e excluído do processo produtivo.

Os 8 desperdícios do lean Manufacturing

Como você sabe, toda a filosofia da produção enxuta está baseada na eliminação de desperdícios. Não obstante, existem 8 tipos de desperdícios que devem ser combatidos a fim de se ter uma produção mais enxuta e, consequentemente, ágil e lucrativa.

Para te ajudar a entender quais são e quais suas características, o Blog Audaces listou-os a seguir. Confira:

1. Excesso de processos

O excesso de processos, ou processamento impróprio, é o primeiro dos desperdícios que o lean manufacturing busca eliminar. Isso porque, quanto mais processos desnecessários e trabalhosos, maior os riscos de erros e retrabalhos, o que gera desperdícios de recursos, tempo e insumos.

Esse desperdício serve tanto para processos internos quanto para o próprio processamento do produto. Por isso, para resolvê-lo, é preciso fazer uma varredura interna dos processos, eliminar redundâncias e não processar o produto além do que “pede” o cliente.

2. Superprodução

Outro desperdício evitado pelo lean manufacturing é, justamente, a superprodução – o extremo oposto da manufatura enxuta, que preconiza a produção do necessário e nada mais. Isso porque, uma superprodução acarreta problemas em vários outros setores: estoque, logística, distribuição e vendas.

3. Retrabalho

O retrabalho é um dos grandes pontos de atenção e, ao mesmo tempo, um dos grandes responsáveis pelos custos invisíveis na produção, além de denotar a falta de um planejamento estratégico (PCP) bem definido.

4. Transportes desnecessários

No setor industrial, todo transporte é um desperdício, uma vez que não agrega valor à mercadoria (como nas coleções de moda, por exemplo), mas agrega custo ao produto final. Por isso, o lean manufacturing busca tornar esses transportes estritamente necessários ou, em último caso, ágeis e automatizados.

5. Movimentação de colaboradores

A movimentação física dos colaboradores também é um dos problemas apontados pela filosofia do lean manufacturing. Aqui, relembramos que a metodologia surgiu na mesma época que o conceito de escala de produção, o que pode ser visto como um conceito parcialmente obsoleto.

Em termos atuais, a movimentação de colaboradores pode ser evitada graças à automação e às ferramentas digitais que permitem, de um único lugar, que o colaborador controle múltiplas funções da operação.

6. Estoque

Os insumos e a matéria-prima correspondem a uma grande parte do orçamento de uma operação e esses custos são repassados ao valor final do produto. Então, imagine a adição de custos adicionais devido à matéria-prima, aos erros e retrabalhos, aos desperdícios mais custos invisíveis.

O resultado é uma peça com um preço alto e não necessariamente atrativo ao cliente.

7. Espera

Para a filosofia do lean manufacturing, tempo é, sim, dinheiro! E com razão: o tempo em que o produto fica parado, seja por gargalos no processo ou por excesso de etapas, também é somado ao valor do produto, mas não necessariamente agrega valor a ele.

Por isso, somado ao primeiro desperdício, o excesso de processos, a espera torna-se um empecilho à eficiência produtiva e deve ser eliminada.

8. Defeitos

Os defeitos são consequência direta de uma produção não-otimizada e são, também, diretamente responsáveis pelos retrabalhos. Nesse sentido, eles são a oitava fonte de desperdícios segundo o modo de produção enxuto.

Eliminar defeitos economiza tempo que pode ser investido na fabricação de mais produtos, tornando a produção escalável e lucrativa.

Quais são as ferramentas Lean Manufacturing mais usadas?

Na prática, em um contexto geral de atuação, o lean manufacturing pode ser aplicado em partes, naquilo que for mais coerente para o momento atual da produção.

Além disso, também existem outras ferramentas e métodos que se apropriam da filosofia do lean manufacturing para otimizar a produção, tais como:

  1. Kaizen: essa ferramenta é focada na qualidade do trabalho e atua nos desperdícios relacionados ao capital humano;
  2. Just in time: bem na hora, em tradução livre, essa é uma metodologia que evita desperdícios com estoque e insumos parados.
  3. PDCA: trata-se de uma ferramenta de controle e verificação da eficácia de uma ação ou projeto baseada em 4 etapas (P – plan/planejar; D – do/executar; C – check/conferir e A – act/agir);
  4. MPT: a Manutenção Preventiva Total é focada na operação dos maquinários e dispositivos para que estejam sempre em pleno funcionamento;
  5. KPIs: os Key Performance Indicators (Indicadores-chave de Performance, em tradução livre), são bem conhecidos do universo da gestão e buscam estabelecer metas e indicadores de performatividade para um determinado processo.

Como aplicar o lean Manufacturing nas confecções?

As confecções podem ser grandes beneficiadas pela implantação de ferramentas ou de processos de avaliação baseados em lean manufacturing. Devido à tradição manual, grande parte das confecções trabalham com processos obsoletos e que geram grandes desperdícios durante a produção.

No entanto, é sobretudo nas etapas técnicas de de cortes que as confecções tendem a gerar os maiores desperdícios – de tempo, insumos, estoque e afins.

Na etapa técnica, por exemplo, a construção de moldes em papel gera uma grande quantidade de resíduos, o que, graças à lean manufacturing, pode ser eliminado com um software de automação como o Audaces Moldes.

Da mesma forma, o encaixe e o corte dos moldes nos tecidos é, de todos, os processos com maior potencial de otimização para atingir uma produção enxuta e, além de tudo, automatizada – a chamada confecção 4.0.

Nela, esses processos são otimizados à máxima eficiência produtiva, graças a tecnologias que combinam Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), lean manufacturing e outras ferramentas ágeis de otimização de processos e produtos.

Como resultado, tem-se uma confecção muito mais produtiva, livre de erros e retrabalhos, capaz de produzir coleções em muito menos tempo e mais lucrativa.

Conheça as soluções da Audaces

Como mencionamos anteriormente, a sala de corte Audaces é a peça-chave para se ter uma confecção enxuta e produtiva. Para saber mais, é só baixar o e-book completo Sala de Corte Automatizada e seu papel fundamental na confecção 4.0 a seguir:

Conclusão

Durante o desenvolvimento dos modos de produção, muitas filosofias, ferramentas e métodos foram desenvolvidos para solucionar um grande problema: como atingir o potencial máximo de uma cadeia produtiva?

Como resposta, o lean manufacturing é uma delas. Focado na eliminação de redundâncias, desperdícios e gargalos nos processos a fim de entregar ao consumidor um produto final exatamente conforme suas expectativas e necessidades, a filosofia japonesa nos dá 8 pontos de atenção para tornar esse processo efetivo.

Como parte dos princípios da Indústria 4.0, na qual a Audaces é referência mundial, o lean manufacturing é um dos aspectos presentes em nossas soluções, sobretudo para confecções que sofrem com problemas de atrasos na etapa técnica e desperdícios na utilização dos insumos e criação dos moldes.

Acompanhe o blog Audaces e saiba tudo sobre o universo das tecnologias para a Indústria da Moda. Até a próxima!

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