O seu produto já passou pela fase de planejamento, criação e também pela aprovação da peça e agora entrará no ciclo de produção que envolve o encaixe, o risco e o corte. Esses procedimentos costumam ser executados na sala de corte e, é justamente nessa fase que podem ocorrer perdas de matéria-prima, como por exemplo, a má utilização do tecido – que representa, em média, 40 a 60% do custo total da peça de roupa.
Confira abaixo os fatores que podem influenciar a performance de uma sala de corte, tanto em relação a produção, quanto ao consumo de matéria prima.
- Característica técnica dos tecidos: Os tecidos podem ter direito e avesso, sentido, pé e, portanto, influenciam o método de confecção do encaixe e também a maneira de realizarmos o enfesto: enfesto com sentido ou zig-zag;
- Modelagem: poderá ser simétrica ou assimétrica e para o correto posicionamento dos moldes na confecção do encaixe, você precisará ter alguns cuidados relacionados com as indicações escritas sobre os moldes: na modelagem simétrica – podemos usar números meios, inteiros ou fracionados – e na modelagem assimétrica – só podemos utilizar números inteiros;
- Gasto médio/modelo: é o comprimento de tecido que se consome, em média, para riscar uma peça completa. Além da informação para o cálculo para enviar para o setor de custos, podemos usar essa informação para determinar a quantidade máxima de moldes que cada modelo pode comportar dentro de um encaixe;
- Comprimento da mesa de enfesto: é o comprimento total da nossa mesa de enfesto;
- Comprimento máximo permissível dos enfestos: é a limitação do comprimento dos enfestos para se conseguir um bom balanceamento nas mesas e não faltar espaço para realização de novos enfestos;
- Quantidade máxima de folhas (camadas): número máximo de folhas que não comprometa a qualidade de corte das peças
- Tipos de riscos (encaixes): existem três tipos de riscos: os pares – são aqueles em que a quantidade de vezes indicada nas partes componentes de uma modelagem deve ser obedecida pela metade–, os únicos – são aqueles em que a quantidade de vezes indicada nas partes componentes dos moldes é obedecida, porém, multiplicada pela quantidade de vezes em que o tamanho correspondente entrará no risco – e os riscos mistos – são aqueles em que as indicações de vezes colocadas nas partes componentes dos moldes, tanto podem ser obedecidas pela metade para determinados tamanhos, quanto multiplicadas por números inteiros ou fracionários para outros tamanhos; tudo de acordo com a necessidade de peças do seu planejamento de risco.
- Métodos de enfestos: existem alguns tipos de enfesto: com um sentido – em que todas as folhas são enfestadas com o direito para cima – e o zig-zag – em que as folhas pares formam pares de folhas e ficam direito com direito, avesso com avesso. Ainda temos o enfesto escada e enfestos multi-direcionais.
- Layout: a prateleira de tecido deve ficar próxima da mesa de enfesto e também deve existir uma área de descarte para as peças já cortadas. Essas dicas são fundamentais para um bom fluxo de trabalho na sala de corte.
Você pode encontrar mais dicas como essas no blog Falando de Produção no site da Audaces Brasil.
Roberto Piancó
Consultor de empresas, especialista em CAD e CAM.