Ainda que o ritmo dos criadores de moda seja frenético e a cada estação sejamos alvejados por novas “peças-desejo”, existem referências e conteúdos que marcaram de maneira indelével a nossa cultura, o que os fazem permanecer sempre no nosso imaginário. É o caso da moda e Pop Art.
Em meados dos anos 50, a arte já estava em pleno processo de transformação. Nesta época, o que se vislumbrava era uma crítica ao que havia sido o boom do american way of life, após o fim da 2ª Guerra Mundial.
"Whaam!", obra de Roy Lichtenstein, 1963/ Imagem: Reprodução
O artista Richard Hamilton definiu a Pop Art como "popular, momentânea, consumível, barata, produzida em massa, jovem, espirituosa, sexy, trapaceira, glamourosa e um ótimo negócio”. Ela foi a tentativa de criar arte a partir da cultura popular e discutiu a crescente cultura de massa que se manifestava no cinema, na propaganda, no consumismo e no design dos Estados Unidos do pós-guerra.
A arte de um dos maiores expoentes da Pop Art, Roy Lichtenstein (1923-97), está em cartaz na Tate Modern, em Londres, até o fim deste mês. A retrospectiva de Lichtenstein apresenta 125 obras, entre elas, os famosos quadros pintados a óleo que imitavam técnicas de impressão. Histórias em quadrinhos, elementos da publicidade e da cultura de massa foram questionados em telas pintadas com apenas quatro cores – as primárias. Os estilistas se apropriaram da moda e Pop art para inovar nas passarelas.
A obra de Roy Lichtenstein tornou-se inspiração para diversos estilistas, tais como Phillip Lim, Karla Spetic e Hannah Zakari. Genial que moda e pop art possam nos oferecer a irreverência e a perspicácia de Lichtenstein em um objeto de vestir. É a cultura do consumo se prestando pra nos aproximar do mais refinado produto humano: a arte.
Look de Phillip Lim/ Imagem: Reprodução
Por Ana Carolina Steil
Pós graduanda em Mídia, Moda e Inovação no Senac/RS