Panóplia vem do grego “todas as armas” e designava na Grécia Antiga a armadura completa do soldado Hoplita, composta pelo escudo, elmo, couraça e cnêmides.
Armadura de soldado/ Reprodução
Por extensão de sentido, a palavra também foi utilizada para definir uma coleção de armaduras e, hoje, define o conjunto variado de objetos de uma mesma natureza (coleção).
Por analogia, na moda, panóplia significa os itens que se repetem e compõem a unidade visual dentro de um desfile reforçando o conceito de coleção (reunião de objetos de uma mesma natureza).
É um dos recursos de styling, junto a maquiagem e cabelo, que auxiliam na construção e entendimento da imagem final da coleção, atuando como elo entre os looks. Por isso, é importante não confundir a panóplia com os elementos de estilo da coleção. Enquanto esses fazem parte da estrutura das peças, como shape, tecidos, modelagem e estampas, a panóplia são adereços (sapatos, pulseiras, relógios, colares, cintos, lenços, cachecóis, chapéus, bolsas, meias etc.) acrescentados ao look das modelos e que não necessariamente fazem parte da coleção ou da marca, ainda que estejam alinhados com a temática do desfile e estilo da marca.
Comumente o que vemos são três estratégias de uso da panóplia. O primeiro trata-se de uma panóplia única e rígida para todos os looks da coleção, sem variação de cor e forma. O segundo uso aceita até duas pequenas variações na cor e na forma ao longo de toda coleção, estando alternadas ou em série na sequência do desfile. O terceiro uso, não menos recorrente, compatibiliza a panóplia dentro da estrutura da coleção (as famílias), assim, para uma coleção com quatro famílias veremos quatro panóplias distintas.
Desfile RTW Inverno 2010 Alexandre Herchcovitch – observe o uso da panóplia (chapéu, colar, meia e calçado) em complemento às peças da coleção/ Reprodução
Por Eduardo Vilas Bôas
Professor de Moda do Senac SP