A história da calça jeans está ligada à história de Levi Strauss. Imigrante alemão recém-chegado ao continente americano durante a corrida do ouro, Levi buscava alternativas para aproveitar um tecido duro e pesado, utilizado na produção de barracas ou proteção aos vagões de minérios que estava encalhado em sua loja. Com este material confeccionou algumas calças e as ofereceu aos trabalhadores das minas. Dada a sua durabilidade, o sucesso foi imediato. Em 1853, nascia a Levi’s.
Depois de sua invenção, a calça jeans atravessou várias décadas do século XX adaptando-se às necessidades sociais impostas em cada período, como já destacamos aqui. Nas primeiras décadas, serviu a trabalhadores rurais e ao exército americano. A partir da metade do século, serviu de uniforme para as aspirações da juventude, atuando em filmes, nas telas e fora delas, nos corpos dos diferentes ícones do cinema – assumindo, assim, diferentes papéis.
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Foi às passeatas e festivais, sendo protagonista da libertação dos costumes, até tornar-se produto de moda pelas mãos do estilista Calvin Klein, na década de 70, quando finalmente chegou às passarelas.
Percebida pela indústria brasileira a partir de 1948, passou pelas duas décadas seguintes praticamente invisível no país, até ser percebida pela juventude da classe média e tornar-se, também aqui, ícone de libertação.
Mas foi no final da década de 80 que o jeans ganhou status de moda no país – tornando-se um importante produto para a economia que começava a se abrir para o mundo após a abertura das importações no governo Collor.
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Desse período em diante a moda tornou-se, efetivamente, um negócio no país. Cursos superiores, de graduação, especializações e curso técnicos foram criados, profissionalizando o setor. Novas frentes e projetos de fomentos públicos e privados para potencializar o setor foram formadas.
Atualmente são produzidos, no país, cerca de 51, 4 milhões de metros de denim por mês, sendo exportados cerca de 51,4 milhões. Estes números colocam o Brasil como terceiro maior produtor do mundo. Conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias Têxteis (Abit), a produção de calças jeans gira em torno de 226.700.000, e o mercado movimenta por volta de R$ 8,2 bilhões por ano.
No mercado brasileiro o foco principal é trazer para mulheres e homens novas criações em modelos e modelagens e lembrá-los que – antes de ser uma peça útil para o dia a dia – a calça jeans é, acima de tudo, uma arma de sedução.
Por Robertto Dias