Há muitos anos as saias estão presentes no guarda-roupa feminino e ajudam a compor dos looks mais elegantes aos mais sensuais, mexendo com o imaginário masculino. Elas surgem em diferentes tipos – rodadas, com babados, em evasê, balonê – e tamanhos (curtas, longas, longuetes, minis), mas onde foi inventado e quando surgiu essa indumentária?
A história da saia começa justamente pelo seu modelo, que é simples e de grande utilidade, e justamente por esse motivo foi amplamente utilizada pela humanidade em diferentes épocas. A peça sobreviveu por diversos períodos e se adaptou aos costumes, tradições e padrões de cada época, ficando mais longa, curta, justa ou volumosa.
História da saia
Para entender a trajetória desta peça no tempo, é preciso definir saia como uma peça que tapa a parte inferior do corpo e que não possui divisão entre as pernas. Tendo como base esse conceito, torna-se difícil precisar com exatidão quando exatamente surgiu esta peça, mas estima-se que ela apareceu no período Mesolítico e era feita de pele de animais amarrada à cintura. Porém, o primeiro registro que se tem do uso da saia é uma escultura suméria que data de três mil anos A.C..
Além dos sumérios, outras civilizações também utilizaram a saia como forma de vestimenta tradicional, como o Antigo Egito e o Império Romano, em que a indumentária era usada tanto por homens quanto por mulheres. Mas foi apenas no século XII que a saia passou a figurar (quase) exclusivamente no guarda-roupa feminino, começando a ser utilizada com o corpete (ancestral do espartilho) em modelos com pregas que podiam ser compridas até os pés e/ou ter uma cauda. Iniciando-se uma diferenciação mais clara entre as vestes de homens e mulheres.
Já na metade de século XIV, período apontado por alguns historiados como início do movimento estético chamado moda, a vestimenta passa a ser utilizada como forma de diferenciação social. Neste mesmo período o espartilho entrou em cena e passou a ser utilizado pelas mulheres em composição com saias longas e em pregas. Já no século XVIII, a vestimenta passa a ser amplamente utilizada como forma de demonstrar riqueza e diferenciar os nobres dos plebeus.
No início do século XX a saia se transformou mais uma vez ficando menos volumosa/ Fonte: blog Lets
A saia passa por novas transformações ao final do século XIX, com o surgimento da Belle Époque, movimento no qual as mulheres utilizavam espartilhos apertados, crinolinas e armações para dar volume às saias. Paul Poiret encerra este período com a abolição do espartilho da moda no início do século XX. Nos anos 20, Coco Chanel apresentou modelos com comprimento até o meio das canelas, mais funcionais, sequinhas e fáceis de fazer os passos da dança da época. Com a vinda da Segunda Guerra Mundial a escassez de tecidos fez a peça ficar menos charmosa, mais simples e reta.
O glamour e a feminilidade retornaram no período após a guerra com a criação do New look por Christian Dior e as saias do tipo evasê e godê ficaram mais rodadas. Em 1960 a estilista Mary Quant apresentou pela primeira vez a minissaia, quebrando barreiras na época e popularizando o modelo. De lá para cá, a saia passou por inúmeras transformações, ganhando comprimentos, volumes e formas bastante variadas, tendo um modelo ideal para cada ocasião e gosto.
As saias criadas por Coco Chanel e por Christian Dior/ Fonte: Blog Lets
Fontes
Blog Lets
Site Por Dentro da Moda
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