A ficha técnica de moda é um documento essencial para a confecção de peças de roupa e criação de coleções, e é tão necessária porque permite o entendimento detalhado sobre os produtos individualmente, ou seja, se determinada peça é ou não viável, de quais materiais será composta, matérias-primas, preços e outras informações essenciais.
Além disso, por estar presente em todas as etapas da produção, a ficha de moda também é responsável por integrar os diferentes setores da confecção, gerando benefícios ao time e otimizando processos mais complexos no desenvolvimento das coleções.
Por se tratar de um assunto fundamental para a Indústria da Moda, o blog da Audaces, especialista no assunto, preparou um conteúdo completo sobre como usar a ficha técnica dentro da sua confecção, suas vantagens e como evitar erros durante a montagem. Acompanhe:
Para que serve, afinal, a ficha técnica?
Como todo documento descritivo, a ficha de moda tem a finalidade de registrar detalhadamente as características de uma determinada peça, fornecendo dados suficientes e completos aos profissionais envolvidos nos processos de confecção para que eles sejam capazes de visualizar e entender as ideias por trás da concepção da peça de vestuário, bem como os subsídios necessários para sua produção.
Nesse sentido, informações como o tipo de peça, modelo, características básicas, tipo de tecido, ornamentação, aviamentos, tipos de costuras, matérias-primas e outros processos envolvidos na confecção devem estar presentes na sua ficha técnica, pois, quanto mais detalhadas as informações, melhor o entendimento sobre o propósito e como aquela peça se encaixa dentro da coleção.
Sumário
A exemplo da Indústria de alimentos, na qual as fichas técnicas precisam conter informações precisas e detalhadas sobre o produtos, desde sua origem, embalagem e forma de acomodação, a ficha técnica de moda, apesar de não necessitar de informações milimetricamente precisas, também se beneficia do detalhamento.
Por isso, não deixe de acrescentar informações pertinentes para todos os setores envolvidos na cadeia de confecção — seja a parte criativa, o desenho técnico, corte e costura e até mesmo a distribuição. Esse conjunto de dados torna a ficha técnica um recurso comunicativo extremamente valioso e garante a integração de todos os setores envolvidos no processo.
Benefícios da ficha técnica de moda integrada
Já sabemos que grande parte dos objetivos da ficha de moda é aumentar o grau de integração entre os profissionais da confecção, certo? No entanto, você sabia que é possível expandir ainda mais o nível de integração para setores como o de logística, qualidade e comercial?
A chamada ficha técnica de moda integrada é o recurso que torna essa associação possível. A principal diferença entre ela e a ficha tradicional é a maneira pela qual a ficha integrada é disponibilizada no ambiente virtual. Essa digitalização, por meio de um software de gestão, seguida do compartilhamento no banco de dados da confecção permite que você obtenha vantagens como:
- Análise de erros antecipada, por meio da integração com o setor de qualidade;
- Controle de custos apurado, tendo em vista que o setor comercial é capaz de analisar e estipular os custos da produção;
- Otimização do tempo de produção, por meio do gerenciamento de performance permitido pela consciência dos esforços de produção necessários;
- Diminuição de retrabalhos;
- Facilidade de comunicação e armazenamento de dados, por meio da substituição de papéis por arquivos digitais.
São muitas as vantagens da integração das fichas técnicas das peças. Fizemos um post exclusivo com outras vantagens que você adquire ao investir no sistema de ficha integrada — não deixe de conferir!
Erros na ficha técnica: como evitar
Para que a ficha técnica de moda cumpra os seus objetivos, é importante que ela seja montada e executada da melhor maneira possível, evitando erros que podem comprometer a produção, gerar retrabalhos e até mesmo atrasar a coleção de roupas.
Antes de tudo, é preciso entender quais as partes fundamentais de uma boa ficha técnica. Sabemos que, para que ela contenha informações relevantes e de qualidade, sua ficha precisa ter:
- Cabeçalho: contém as informações introdutórias da peça e dos responsáveis;
- Desenho técnico: é a representação visual da criação estilística, uma das partes principais da ficha técnica;
- Características da peça: tecidos, tabela de tamanhos e outras informações pertinentes são inseridas nessa parte da ficha e faz com que o time de produção tenha noção dos moldes e tipos de peças que serão utilizados;
- Fotografia/imagens: conjunto de referências visuais que podem exemplificar detalhes mais específicos, como caimentos, por exemplo;
- Variáveis: as variáveis dizem respeito a diferentes versões de uma mesma peça-base, especialmente estampas, tecidos e afins. Trata-se de uma parte opcional da ficha de moda;
- Costura e acabamento: especifica à equipe de confecção quais os tipos de costuras e acabamentos a peça receberá;
- Observações: campo opcional, mas muito importante para dar instruções específicas ou fazer comentários sobre as matérias-primas, os tecidos ou algum outro detalhe importante.
Agora que você já conhece alguns dos elementos essenciais para a composição da sua ficha técnica de peças, é hora de saber como evitar alguns dos erros mais comuns e obter o máximo proveito do documento, veja:
1. Evite especificar quantidades excessivas de matérias-primas
Sabemos que imprevistos com matérias-primas acontecem a todo momento, especialmente em produções de larga escala. Uma das tentativas comuns para evitar esse problema é especificar quantidades extras de materiais na ficha técnica do produto, o que é um grande erro.
Informações imprecisas podem aumentar o custo da produção, levar a equipe comercial e de compras a conclusões equivocadas e até mesmo inviabilizar a produção de determinadas peças.
Por isso, forneça a quantidade mais próxima da exatidão possível de matérias-primas. Dessa forma, você evita tanto imprevistos de falta quanto de excesso de materiais, além de permitir um controle de custos mais eficiente para a equipe responsável.
2. Explore o campo das observações
Apesar de ser um campo não-obrigatório da ficha de moda, as observações são cruciais para que o documento seja assertivo e completo. Isso porque a falta de informações aumenta a possibilidade de retrabalhos, o que resulta em atrasos e aumento de custos — aspectos evitáveis na produção.
Por isso, nossa dica é: explore o campo das observações, dê o máximo de detalhes possível para que todo o time esteja integrado e consiga entender as especificidades das peças produzidas.
3. Priorize a clareza das informações da ficha
Por fim, como complemento da dica anterior, um erro muito comum das fichas técnicas de modas são as informações que abrem margem para múltiplas interpretações. As consequências disso podem ser muito sérias, com o risco até mesmo de inviabilização do produto.
Para que isso não aconteça, nossa dica final é priorizar a clareza das informações. Lembre-se, a assertividade não significa abrir mão do detalhamento, ambos precisam estar presentes na sua ficha, mas de forma coerente e compreensível, especialmente por se tratar de um documento que será utilizado por diversos profissionais, de diferentes setores.
Produzir boas fichas técnicas requer conciliar detalhamento, precisão técnica e compartilhamento de informações. Continue acompanhando o blog da Audaces e descubra ainda mais sobre gestão e processos da Indústria da Moda.
Até o próximo post!