Por Eduardo Vilas Bôas
Professor de Moda do Senac SP
As novas mídias digitais – e o fantástico interesse do brasileiro por moda – têm colocado profissionais do setor frente uma realidade: escrever textos jornalísticos! Poucos cursos de moda já abordam essa questão em sua formação, por isso, no mínimo, vale compreendermos que um texto jornalístico tem estrutura e regras de apresentação.
A técnica da Pirâmide Invertida é a mais utilizada – e simples – e, por isso, pode ser o ponto de partida para quem está entrando no assunto. Recebe esse nome pois as informações são dadas por ordem crescente de importância. Logo, um leitor apressado, ou menos interessado no assunto, pode se informar sem prejuízos.
O primeiro parágrafo chama-se Lead. É um resumo inicial constituído pelos elementos fundamentais do relato a ser desenvolvido no corpo do texto jornalístico. Na construção do lead o jornalista responde as questões básicas da informação, sendo que as questões “Por quê?” e “Como?” podem ser guardadas para o parágrafo subsequente.
1. O quê? a resposta relata o que aconteceu, acontece ou acontecerá.
2. Quem? a resposta indica os agentes da ação.
3. Quando? a resposta refere o momento do acontecimento.
4. Onde? a resposta aponta o local do acontecimento.
5. Como? a resposta menciona as circunstâncias do acontecimento.
6. Por quê? a resposta revela as razões do acontecimento.
Antes do texto propriamente dito temos outras duas estruturas: o título e o subtítulo ou linha-fina. O título pode ser lido, em média, cinco vezes mais do que o corpo de um artigo. Dicas: deve ser feito ao final do texto; num mesmo título não devem repetir-se palavras; num título não se usam pontos finais; não se devem utilizar palavras ambíguas; evite siglas e interrogações.
Já o subtítulo (linha-fina) pode precisar a informação que ficou menos clara no título ou pode acrescentar algum elemento informativo que o título não pode conter. Dicas: os títulos e subtítulos não devem ser repetitivos e nem matar a informação do lead; título e subtítulo são complementares e devem construir uma unidade de sentido por si só; os subtítulos devem ser curtos e sugestivos e deve sempre se evitar a repetição de palavras em ambos.
Olho e Legenda também são estruturas frequentes nos textos jornalísticos. O Olho trata-se de uma frase ou um trecho do texto, que se coloca em posição destacada na página, em corpo maior, eventualmente em cor diferente. Tem o objetivo de chamar a atenção do leitor para o ponto, ou os pontos, de maior importância que aquela matéria contém. A Legenda tem a função de completar a leitura que pode ser feita da fotografia. Geralmente é uma linha só de texto, logo abaixo da imagem, mas pode-se usá-la acima ou ao lado da foto. A legenda deve ser direta, objetiva e, acima de tudo, informativa. Em alguns veículos a legenda simplesmente repete o que está exposto na fotografia ou no texto e sempre deve mencionar o fotógrafo.