Resumo:
- O tecido cetim é versátil e charmoso, trazendo brilho e sensualidade para quem usa;
- Por ser elegante, costuma ser visto em peças de moda festa, mas também pode – e deve – ser usado durante o dia;
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Chique, sensual e dono de um brilho próprio, o tecido cetim tem muita história para contar. Ele é conhecido por sua textura e elegância, que se destacam na moda e na decoração há gerações.
A partir de sua criação na Ásia e de seu surgimento na Europa, passou a vestir as realezas do ocidente, tornando-se mais popular com o avanço da tecnologia têxtil.
O cetim foi protagonista em vestidos de baile e virou símbolo de sensualidade com a criação das primeiras lingeries.
Sumário
Depois de um período mais tímido, o cetim voltou a brilhar recentemente como a estrela de looks que vão da festa ao dia a dia, dando um ar mais chique às composições.
Quer saber mais sobre o uso do cetim na moda? Continue a leitura!
O que é tecido cetim e para que serve?
O cetim é um tecido de brilho intenso e textura suave e amanteigada, usado na confecção de roupas para as mais diversas ocasiões. Na decoração, em estofados e roupas de cama, o cetim também confere luxo e leveza ao visual das peças.
O tecido é feito de matérias-primas como seda e algodão, ou materiais sintéticos. O que muita gente não sabe é que o cetim, apesar de ser popularmente conhecido dessa forma, não é um material. Cetim, na verdade, é o tipo de trama usado na confecção deste tecido!
As faces brilhante (direita) e opaca (avesso) resultam de numerosas repetições de entrelaçamento de fios de urdume (sentido transversal) e de trama (sentido comprimento).
Além disso, sua ordem é constante e seus pontos de ligação são separados. Ou seja, enquanto de um lado do tecido prevalece o urdume, do outro fica a trama.
Leia mais: Saiba como utilizar tecidos tecnológicos na sua coleção de moda
Como surgiu o tecido cetim?
A história do cetim é tecida há mais de 2 mil anos e teve seu início na China, mais precisamente em Qhanzhou. Dizem que vem de “Zaiton”, nome árabe da cidade chinesa, a origem da palavra “cetim”.
Também existe uma outra explicação, que atribui à palavra em latim “saeta” ou “cabelo de cavalo” a verdadeira inspiração para a nomenclatura, em menção ao brilho dos fios finos da crina do animal.
No entanto, o cetim surgiu na China, onde era muito comum a produção da seda, matéria-prima usada neste tipo de tecelagem.
Não era raro ver camponesas confeccionando o cetim. Além disso, o uso de roupas feitas com o tecido não se restringia às classes mais altas.
Quando esta preciosidade chinesa deixou de ser segredo, através de negociações com países de origem árabe e europeia, a Itália foi o primeiro país do ocidente a produzir cetim no século XII.
Em 200 anos, este tipo de trama se espalhou por toda a Europa. A esta altura, a seda já era um item caríssimo e reservado aos aristocratas e ao clero.
O cetim na moda e na decoração
Com a expansão do uso do cetim por toda a Europa, o tecido ganhou destaque no estofamento de móveis, principalmente na Versalhes de Luís XIV.
Também estava nos trajes da nobreza, em vestidos luxuosos e pesados, principalmente em modelos criados para temperaturas mais frias.
Em meados do século XIX, o tecido tornou-se popular entre as noivas após a Rainha Vitória se casar com um vestido de cetim. Aliás, mesmo não sendo uma fashionista em sua época, Vitória foi responsável por moldar a moda na época vitoriana. Na mesma época, surgia a sapatilha de ponta das bailarinas, também em cetim.
Ainda na virada para o século XX, surge o conceito de lingerie como conhecemos hoje.
Curiosamente, o uso das lingeries de cetim colorido era atribuído às prostitutas no início, até que se tornou popular e passou a integrar o guarda-roupa feminino oficialmente. Por meio de sutiãs, calcinhas e corsets, ganhou maior apelo de beleza e sensualidade graças às publicidades de moda.
A tecnologia têxtil popularizou ainda mais o cetim, que ganhou versões em materiais sintéticos como o raiom, barateando o produto.
Assim, durante todo o século XX, o cetim brilhou em camisolas, lingeries, vestidos de noiva, camisas, vestidos e outras peças.
Leia mais: O que é tule? Saiba mais sobre este tipo de tecido
Quais são as características desse tecido?
Tradicionalmente, o cetim era produzido a partir da seda. Essa matéria-prima de origem animal se caracteriza por conter uma fibra longa e contínua que, ao ser entrelaçada, dá ao tecido um lado brilhante e um opaco.
Hoje em dia, o cetim pode ser produzido a partir de diversas matérias-primas, como lã e, mais popularmente, o poliéster.
De uma forma ou outra, o método de produção do tecido é o mesmo: as fibras são entremeadas em conjuntos de 4, 5 ou 8 fios, o que garante mais ou menos flexibilidade ao produto final.
Esse é o padrão que dá ao cetim suas características tão marcantes: o brilho, a leveza e a suntuosidade.
Qual a diferença entre cetim e poliéster?
Como você já sabe, o cetim é uma técnica para produzir tecidos que pode se utilizar de diversos materiais, incluindo o poliéster.
Então, de certa forma, não existe tecnicamente uma diferença entre o cetim de poliéster e o próprio poliéster (matéria-prima).
Caso o cetim seja produzido com outros materiais – como a seda, por exemplo –, existe diferença na origem do material, na nobreza do insumo e no resultado final do produto.
Cetim ou acetinado: existe diferença?
A resposta é sim! Na verdade, o termo cetim se refere ao tecido, enquanto acetinado é uma característica dos tecidos lustrosos.
Isso significa que o cetim é um tecido acetinado, mas nem todo tecido acetinado é considerado cetim.
O fator determinante para que um tecido seja considerado acetinado são suas características visuais predominantes, especialmente o brilho, o grau de opacidade e o toque macio.
Dessa forma, além do cetim, os tecidos acetinados incluem materiais como a seda pura e a sarja acetinada, que tem ganhado cada vez mais espaço dentro das coleções de moda.
Leia mais: O que são as macrotendências e como elas influenciam o mundo da moda
Quais são os tipos de cetim?
É claro que a variedade de materiais com os quais o cetim é feito também proporciona efeitos e aplicações diferentes.
Por isso, é muito importante escolher o tipo certo de cetim, considerando o caimento que se deseja na peça, a modelagem, a qualidade, o visual, entre outros fatores.
O cetim também pede atenção por ser bastante escorregadio, exigindo um pouco mais de prática no manuseio do material.
Vale destacar que o cetim, em geral, marca os detalhes do corpo. Por isso, é importante que a modelagem e a costura sejam perfeitas.
Conheça agora os principais tipos de cetim:
Cetim Duchese
É um tipo de cetim mais pesado, ótimo para compor vestidos de noiva e peças de alta costura. Normalmente, é tingido em cores sólidas e tem um pouco menos de brilho. Costuma ser feito de seda, acetato ou poliéster.
Cetim Bucol
Muito semelhante ao Duchese, o cetim Bucol também é usado para trajes de noivas e alta costura, mas é um pouco mais pesado do que o primeiro.
Cetim Changeant
É um tipo de cetim que possui efeito muito bonito, com urdidura e trama em cores diferentes. Isto é, as duas cores mudam entre si de acordo com o ângulo que se olha.
Cetim Charmeuse
Tem super brilho, caimento leve e textura suave. É muito usado para forros de roupas casuais e de festa, sapatos e objetos de decoração.
Cetim Toque de Seda
Fino, muito brilhante, leve e sofisticado, o cetim Toque de Seda possui certa elasticidade e proporciona conforto, ao mesmo tempo que confere um caimento esvoaçante e delicado.
Cetim Vison
Muito usado na decoração, o cetim Vison é encorpado e é um pouco menos luminoso do que os outros cetins.
Cetim Zebeline
De um lado, o brilho é acetinado. De outro, encontra-se o crepe. É um cetim bastante encorpado, mais pesado e estruturado.
Como usar o tecido cetim na sua coleção de moda?
Recentemente, em meio à onda nostálgica que invadiu as passarelas e as redes sociais, muitos elementos vintage voltaram para os nossos guarda-roupas.
Com o cetim, não foi diferente! Desde a tendência do slip dress em 2015/2016, o cetim vinha ensaiando seu retorno triunfal – e agora chegou sua hora de brilhar novamente.
Saias, vestidos, camisas e blusas de alças finas estão entre as peças que entraram na trend, combinadas com outras peças em tecidos mais opacos que equilibram o visual, como tênis, jaquetas jeans e acessórios.
Além dos looks casuais e para festas, o cetim está presente também no homewear e no sleepwear.
Leia mais: Homewear e sleepwear: dicas de moda em tempos de isolamento social
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FAQ
O cetim é um tecido de brilho intenso e textura suave e amanteigada, feito de matérias-primas como seda, algodão, ou ainda, materiais sintéticos.
As faces brilhante (direita) e opaca (avesso) resultam de numerosas repetições de entrelaçamento de fios de urdume (sentido transversal) e de trama (sentido comprimento).
Não existe uma diferença entre o cetim de poliéster e a própria matéria-prima. Caso o cetim seja produzido com outros materiais, a diferença fica por conta da origem, da nobreza do insumo e no resultado final do produto.
Uma resposta
Excelente esclarecimento.