Conheça 3 boas práticas para minimizar o impacto do consumismo na moda10 min read

Sumário:

Resumo:

  • O consumismo na moda possui impactos negativos no planeta, acumulando descartes de tecido, plástico e metal, e o público-consumidor está cada vez mais ciente disso;
  • Diante desse cenário, marcas pequenas e grandes estão se reinventando, descobrindo formas não só de agregar valor e cuidar do planeta, mas também diminuir gastos de produção;
  • A assertividade na criação é uma estratégia econômica e ecológica. Audaces360 é a tecnologia mais avançada e a melhor escolha para produções assertivas. Faça o teste grátis!

Não há mais tempo para pensar e escolher. A aceleração de produções e de mudança de tendências resultou em compras desenfreadas. O consumismo na moda responde a um público ávido por consumo. Ao mesmo tempo, cresce o número de pessoas preocupadas com o impacto da indústria no ambiente.

A compra e o descarte de peças a curto prazo é estimulado pela busca das pessoas por pertencimento e expressão. Ainda que a democratização do consumo represente acessibilidade, a produção despreocupada traz consequências negativas para o planeta.

Diante desse impasse, como empresas da indústria da moda podem se posicionar? É possível conciliar vendas, ao mesmo tempo que desestimula o público a comprar roupa como quem toma água?

As respostas para essas perguntas ainda estão em desenvolvimento, mas abaixo nós mostramos sugestões.

Qual é o impacto do consumismo na moda?

Uma das marcas mais importantes do mundo da moda brasileiro, Farm, nasceu em uma pequena feira do Rio de Janeiro e se apresentou com o slogan Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

Essa mensagem não é sem fundamento, uma vez que, como mostra a pesquisa de Bruna Lozano Berti, “A moda como prática sustentável”, cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis são descartadas em um ano depois da compra.

Os impactos socio-ambientais são grandes. A preocupação em consumir roupa de marca e a conexão com o consumo levam pessoas sem condições financeiras a gastarem mais do que podem. Ou ao menos adquirir produtos falsificados, apenas pelo sentir-se pertencentes ao mundo.

No entanto, como é possível a Farm, que possui uma proposta sustentável, ir de uma loja de pequena feira do Rio de Janeiro a uma grande marca de sucesso? Por que “ir na contramão” do consumismo? Não deveria ser mais lucrativo apenas produzir sem parar?

Acontece que há uma pressão social – por conta de consumidores e empresas – para que esse cenário mude. Como mostra a National Geographic Brasil, a moda sustentável é uma tendência. As pessoas cada vez mais querem consumir sem o consumismo.

Marcas que aderirem a essa ideia estarão um passo à frente na concorrência, enquanto contribuem por um mundo mais saudável. Mas o que leva a população a consumir tanto? E por que isso é preocupante?

Entenda melhor esse assunto nos tópicos abaixo:

O que leva as pessoas a consumirem em excesso?

Consumismo na moda afeta o planeta inteiro.

Em uma entrevista recente para o Blog Falando de Criação, a PhD em Design de moda e Professora na UFRP, Maria Alice Vasconcelos Rocha, falou de suas pesquisas sobre o consumismo na moda. Quando questionada sobre o motivo do consumo desenfreado, ela respondeu:

“Isso acontece porque o consumidor não tem muito tempo para analisar e escolher. A moda é muito rápida e ele leva para casa aquilo que mais gostou numa fração de segundos e adota as peças como favoritas por um determinado período. O fato do mercado oferecer uma infinidade de opções e do consumidor ser estimulado a comprá-las, contribuem para isso.”

Existem muitos fatores que influenciam esse consumismo. Porém, a moda sustentável não influencia apenas onde o público gastará seu dinheiro. Com o tempo, parte dos clientes passa a ver com maus olhos as marcas que não aderem a essa visão.

Porém, não basta aderir à ideia de sustentabilidade para aumentar suas vendas. Isso precisa ser feito de forma estratégica e isso significa entender outros fatores por trás da escolha dos consumidores. E Maria Alice nos explica as motivações de compra mais comuns:

“Geralmente ele [consumidor] busca conforto, porém, às vezes, é induzido a comprar devido ao baixo preço, por causa da marca da roupa e, até mesmo, pelo que está em evidência na estação, seguindo a tendência da moda.”

A tomada de consciência quanto ao consumo é uma preocupação mais do que com seres humanos. Há um planeta inteiro afetado pelas formas que compramos. Vamos conhecer um pouco mais esses dados?

Como o consumismo na moda afeta o meio ambiente?

Como já dissemos, 170 toneladas de resíduos têxteis são descartados em menos de um ano. Para onde vão esses materiais?

Bem, 85% não é reaproveitado de forma alguma, indo diretamente para aterros sanitários. E não dá para contar com a decomposição, pois, dependendo do tecido, isso pode durar centenas de anos.

O impacto do consumismo na moda não envolve apenas a quantidade descartada. É necessário pensar no processo de produção.

Mais de 8% das emissões de gases do efeito estufa vêm da produção de roupa e calçados, como mostra a matéria do National Geographic Brasil, citada anteriormente. Isso coloca a indústria da moda no top 2 de mais poluentes do mundo.

Ainda, há outros tópicos que precisam ser avaliados. O descarte de peças de roupa não envolvem apenas tecidos. Há plástico, metal, e outros materiais, incluídos na confecção tanto das coleções quanto das etiquetas. Um sapato de borracha pode levar até 600 anos para ser totalmente decomposto.

Esses estudos não sugerem, no entanto, um abandono do comércio de roupas. Nem que as pessoas passem a andar nuas.

Há formas sustentáveis de manter o mercado saudável, sendo possível encontrar bons exemplos até no mercado fast-fashion, a prática de produção considerada mais nociva ao ambiente.

3 boas práticas de uma marca de moda que ajudam o planeta

A ecologia e o combate ao consumismo na moda não são opostos ao lucro.

Um pensamento comum de pessoas que desconhecem a moda sustentável é achar que ecologia é oposto de lucro. E talvez esse pensamento já tenha feito sentido no passado. No entanto, o ecológico pode até ser mais lucrativo hoje em dia.

Quer um exemplo? Vamos retornar a 2019. Nesse ano, foi criado um biomaterial com casca de manga. Seu custo de produção era por volta de R$ 12,00 por metro e criava uma tela impermeável e resistente. O estudo dessa resistência prevê sua aplicação em barragens.

Materiais como esse não precisam ser aplicados apenas em grandes estruturas. Por que não usar em, por exemplo, bolsas, mochilas e outros acessórios? Ainda, haverá um valor agregado, convidando o público a optar por você.

O custo de desenvolvimento de materiais como esse não precisa ser tão grande. Esse bioplástico de casca de manga foi desenvolvido por três adolescentes do segundo ano do ensino médico, de uma escola pública do interior de Pernambuco. Mas claro, ainda é um protótipo.

No entanto, isso não precisa ficar no plano idealista. Tome como exemplo a maior rede de Fast-Fashion no Brasil, que é a Renner. Em 2018, indo na contramão do seu próprio mercado, lançou o “Selo Re – Moda responsável”, com coleções de jeans e outras peças feitas a partir de PET reciclada.

Dentro dessa realidade, como é possível combater o consumismo na moda e proteger o planeta, sem perder rentabilidade? Separamos 3 exemplos:

Repense matéria-prima e processos

Como dissemos no exemplo anterior, uma das práticas mais fortes a que sua marca pode aderir para combater o consumismo na moda é repensar as matérias-primas.

O tecido que você usa é feito de que, vem de onde, foi produzido como? Mas só de optar por máquinas que desperdicem menos energia, você já causa impactos positivos no planeta.

Chegar nesses materiais, principalmente nesses inovadores, está em não pesquisar apenas o mercado de moda. Procure por outras áreas ou até ainda dentro das pesquisas científicas por propostas de tecido ecológicos.

Se você só olhar para o que produziram na moda, só verá o que não é mais novo. Ao chegar antes da concorrência nessas pesquisas, você toma a dianteira. Afinal, inovação é fazer o que ninguém fez ainda.

Opte pelo slow-fashion

Slow-fashion é um estilo de produção interessante, principalmente por empresas pequenas. Tanto pessoas com baixo investimento inicial quanto as que prefiram investir em qualidade, não quantidade, podem aderir a essa ideia.

Ainda há o eco-fashion, que é um avanço dessa ideia com o propósito principal ser a ecologia. Porém, ambos são tópicos são extensos. Então, temos artigos dedicados a cada um.

Para a proposta mais focada na natureza, clique aqui.

Seja assertivo nas criações

O que muitas pesquisas não captam é a quantidade de material desperdiçado na etapa de criação de peças e coleções. Os erros na modelagem afetam não só a ecologia, mas também a economia da indústria. No entanto, ao aplicar assertividade nos seus processos, é possível reduzir esse gasto.

Há softwares capazes de ajudar você nesse processo. Ao simular as peças em ambientes 3D, por exemplo, dá para aprovar coleções inteiras antes de gastar 1 cm de tecido. Dessa forma, você ajuda o planeta e torna o seu negócio mais rentável.

Produza suas coleções e economize recursos com o Audaces360

O Audaces360 é um aliado forte da indústria da moda na criação de um mundo melhor. Isso porque oferecemos uma multissolução que otimiza seu investimento, diminuindo a quantidade de matéria-prima e dinheiro gasto.

O Audaces Encaixe é um grande exemplo. Um dos maiores vilões da economia e da ecologia na indústria da moda é a procura pelo encaixe certo das peças. Com esse software, seu modelo será alterado e aplicado automaticamente de diversas formas. O objetivo é encontrar a opção que mais se adapte à sua ideia com menor uso de tecido.

Aprenda a fazer produções mais limpas com nosso e-book abaixo:

FAQ

Qual é o impacto do consumismo na moda?

Os impactos socio-ambientais são grandes. A preocupação em consumir roupa de marca e a conexão com o consumo levam pessoas sem condições financeiras a gastarem mais do que podem.

O que leva as pessoas a consumirem em excesso?

Isso acontece porque o consumidor não tem muito tempo para analisar e escolher. A moda é muito rápida e ele leva para casa aquilo que mais gostou numa fração de segundos e adota as peças como favoritas por um determinado período.

Como o consumismo na moda afeta o meio ambiente?

Mais de 170 toneladas de resíduos têxteis são descartados em menos de um ano. E 85% não é reaproveitado de forma alguma, indo diretamente para aterros sanitários. E não dá para contar com a decomposição, pois, dependendo do tecido, isso pode durar centenas de anos.

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