Em contraponto à ditadura do novo, que na lógica da sociedade hipermoderna se configura como sinônimo daquilo que é imediato e instantâneo e que se supera (rapidamente) no tempo, compartilho um trabalho que, embora seja um produto de moda, sustenta, de modo peculiar, uma mensagem que é potência de permanência e durabilidade.
Desconsiderando essas pretensas e absolutas verdades a respeito do tempo de vida útil de algumas mensagens, permito-me guardar na memória e revisitar/analisar belos, criativos e inspiradores trabalhos a fim de pensar o processo de criação. Até porque acredito que, nesse caso, especificamente, o conteúdo proposto não está confinado ao tempo cronológico. Ao contrário, aquele pode se revigorar e mostrar sua força de novidade, dadas as circunstâncias em que acontece o olhar do espectador, conformadas tanto pelo ambiente quanto pelo próprio sujeito. E, nesse sentido, portanto, conserva seu caráter de novidade.
Acessórios da marca Mary Design/ Reprodução
Esse trabalho que passou a ocupar, recentemente, o (duplo: humano e tecnológico) espaço da minha memória – foi revisitado por mim diversas vezes e certamente continuará sendo amiúde – e que MERECE ser partilhado, foi desenvolvido pela marca mineira Mary Design para o inverno 2013.
A empresa se inspirou na história de vida de mulheres que se destacam pelo modo diverso como se apresentam ao olhar do outro e nos presenteou com uma coleção digna de louvor – o que é de praxe, em se tratando de staff comandado por Mary Arantes. A marca produziu seis documentários que deixam entrever a força dessas mulheres e a sensibilidade da marca, que primam, ambas, suas experiências pela originalidade, transgressão, emoção e liberdade de ser e de expressão.
Documentário produzido pela marca:
Incomuns – Infância (parte I)
Mary Design | Incomuns | Parte 01 – Infância from Mary Design on Vimeo.
Incomuns – Morfose (parte II)
Mary Design | Incomuns | Parte 02 – Morfose from Mary Design on Vimeo.
Incomuns – Ver e ser vista (parte III)
Mary Design | Incomuns | Parte 03 – Ver e Ser Vista from Mary Design on Vimeo.
Em seu exercício de narrar histórias e escrever poesias a partir da manipulação de texturas e cores, a Mary Design escolheu “falar” de mulheres incomuns, maximulheres com a marca as chamou.
“Enquanto o mundo fala de maxicolares e maxiacessórios, falaremos, nesta coleção, de maximulheres. Mulheres que sempre foram superlativas, antes deste jargão ser moda. Nossa coleção foi inspirada nelas, mulheres únicas e incomuns, mulheres fortes, à frente do tempo, que fazem da liberdade de ser uma bandeira. Jamais se prenderam à tendências, cultivam a originalidade pessoal, são mutantes, transgressoras, nunca quiseram ser como as outras. A cada dia parecem abalar a ordem das aparências – são muitas numa só.”
(Trecho retirado do site da marca)
A ideia de fabricar “bijus para o corpo e a alma”, proposta pela marca, foi corroborada em Incomuns, que é pura tradução do universo rico, sensível e singular da Mary Design.
Por Clícia Ferreira Machado
Consultora da Federação das Indústrias de Minas Gerais