Produzir mais com menos, estabelecer diretrizes de gestão focadas em eficiência e implementar tecnologias que reduzam erros e desperdícios são alguns dos caminhos para tornar a indústria da moda sustentável. Muitas empresas do setor já caminham nessa direção, mas ainda há uma grande parcela que desconhece a importância de uma produção que se ampare sobre o tripé econômico, social e ambiental.

Indústrias que ignoram essa importante questão correm o risco de contribuir para a degradação da natureza, assim como de perderem espaço em um mercado cada dia mais consciente e preocupado com o meio socioambiental. Diante desse panorama, para ajudar as empresas que querem avançar através da modernização, vamos promover no dia 8/10, às 14h, um webinar sobre moda sustentável e como implementar esse conceito em sintonia com a Indústria 4.0. A palestrante será Luiza Cavalcante, agente local de inovação do Sebrae-Piauí e especialista em mercado de moda.

Dificuldades e oportunidades na implantação da moda sustentável

Autora de um artigo científico sobre a relação entre confecção e sustentabilidade, Luiza elenca alguns dos problemas da produção de moda que merecem maior atenção dos empresários que atuam nesse setor.

A poluição pela emissão de carbono, o consumo excessivo de água (especialmente na área de lavanderia), equívocos em processos produtivos que geram desperdício de tecidos e materiais e o atual sistema de compra e descarte acelerado, impulsionado pelo fast fashion, são alguns dos problemas enfrentados pela indústria da moda na busca por tornar-se mais sustentável.

“Estamos à beira de um colapso ambiental. E nisso a indústria da moda exerce uma responsabilidade muito grande, mas é também parte da solução. O que ela faz exerce impacto na indústria como um todo, uma vez que influencia outros ramos de atividade. Ela ajudou na disseminação do veganismo, por exemplo, quando parou de usar peles de animais”, explica Luiza.

Os próprios consumidores também estão valorizando a origem de produtos alinhados ao conceito de eco-friendly. Com base nos 17 objetivos da ONU para o desenvolvimento sustentável (ODS) surgiram, em anos recentes, movimentos de consumidores mais conscientes que preferem reduzir o ritmo de compras, frear o descarte e reutilizar as peças de roupa.

Um dos indicadores dessa mudança de comportamento, para a especialista, é a renovação dos brechós. “Muitas empresas que não aderirem à indústria da moda sustentável vão começar a quebrar, pois não haverá espaço para esse tipo de produto. Tampouco o planeta será capaz de suportar tal ritmo industrial. Uma forma de resolver esse problema é implementar processos mais inteligentes e automatizados: a Indústria 4.0”, afirma.

O que a Indústria 4.0 tem a ver com a moda sustentável?

Um dos principais pontos que serão discutidos no webinar com a especialista Luiza Cavalcante no dia 8/10 será a relação da Indústria 4.0 com a sustentabilidade no segmento de moda.

A automatização e a integração entre departamentos de criação e modelagem, além de máquinas e processos de gestão mais inteligentes e informatizados, consiste hoje nos métodos mais eficazes para potencializar a produtividade de uma empresa, mitigar eventuais desperdícios e precificar os produtos de modo que não fiquem estagnados no mercado — lembrando que esse encalhe também conta como mau aproveitamento de recursos, ou seja, impacta na busca por uma moda sustentável.

A fabricação de vestuário implica em um processo sequencial composto por etapas criativas e operacionais. Falhas na comunicação entre diferentes departamentos da empresa, sobretudo pela falta de uma metodologia de gestão sistêmica e global, geram muitos erros ou excesso de testes que refletem diretamente na utilização inadequada de insumos.

Luiza explica que as duas principais matérias-primas da indústria de moda são o petróleo, que é a base dos tecidos de poliéster, e o algodão. Este segundo material, ainda que retirado diretamente de áreas produtivas voltadas para a indústria da moda, implica em problemas com o uso de agrotóxico e poluição de lençóis freáticos.

“A Indústria 4.0 evita o desperdício destes insumos por meio da integração entre setores, englobando criação de coleções, produção, precificação, enfesto e corte automatizado. Quanto mais automatizados e integrados estes processos, menos desperdício e erros no processo produtivo”, explica.

Moda sustentável acessível com as soluções da Audaces

O desenvolvimento de um modelo de negócio mais limpo e sustentável implica na incorporação de novas tecnologias na produção de moda. Nesse sentido, Luiza destaca que as soluções da Audaces são ideias na promoção de uma indústria da moda sustentável.

A multissolução Audaces 360, por exemplo, integra de maneira sistêmica todos os processos de uma empresa que atua no setor da moda, impedindo desperdício e retrabalho ou possibilitando a intervenção rápida e precisa nessas situações.

Durante o webinar, a especialista irá detalhar como a sustentabilidade e as tecnologias andam de mãos dadas, demonstrando as vantagens da utilização de ferramentas de criação digital, como o 4DAlize (que permite o desenho de peças diretamente no computador). Ela também tratará dos benefícios do encaixe perfeito com espaçamento zero e de máquinas de enfesto e corte automatizadas.

Sobre a palestrante

Luiza Cavalcante é bacharel em Moda, Design e Estilismo pela Universidade Federal do Piauí e especialista em Mercado de Moda — FAR/Fundelta. Trabalha como agente local de inovação do Sebrae-Piauí, atendendo a indústrias e comércios de moda. Escreve artigos científicos e realiza palestras sobre sustentabilidade e inovação.