
24/02/2022

Conheça tudo o que você precisa saber sobre fibras têxteis
Contents
Resumo:
- Para que seu tecido tenha uma boa qualidade, ele precisa de fios provenientes de boas fibras têxteis;
- Estas fibras são classificadas de 3 formas, sendo elas naturais, artificiais ou sintéticas;
- Entender a importância das fibras têxteis na sua coleção faz que você esteja um passo a frente, assim como contar com os melhores softwares do mercado. Teste grátis o Audaces360 já!
As fibras têxteis são o elemento fundamental de todo tecido. Elas dão origem ao fio que é usado para fazer tecidos – que, por sua vez, podem ser usados para confeccionar desde o estofado de móveis até a coleção de roupas.
Quer descobrir tudo sobre o universo das fibras, dos fios e dos tecidos? Então, acompanhe este manual incrível que preparamos para você.
Tenha uma ótima leitura!
O que são fibras têxteis?
Fibras têxteis são a matéria-prima para a construção de tecidos fabricados.
Elas têm elementos que apresentam características de flexibilidade e finura. Assim, essas fibras transformam-se em fios em um processo de fiação.
As fibras têxteis podem ser contínuas ou descontínuas. As contínuas têm comprimento ilimitado, como as fibras de seda. Já as descontínuas apresentam comprimento limitado, como o algodão ou a lã.
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Classificação das fibras em relação à origem
Em relação à sua origem, as fibras têxteis podem ser de três tipos: naturais, artificiais ou sintéticas.
Fibras naturais
As fibras naturais, provenientes de animais e plantas, representam 40% das fibras têxteis usadas no mundo. É possível encontrá-las na natureza sob a forma de filamentos mais ou menos longos.
Nesse sentido, elas estão divididas em duas categorias:
Fibras de origem animal
Fibras obtidas do bulbo de pelo animal e por secreção dos casulos de lepidópteros ou ácaros, como o bicho-da-seda.
A primeira espécie, advinda dos pelos dos animais, inclui fibras como a lã de ovelha, alpaca, vicunha, caxemira e camelo, sendo estes os principais exemplos desse tipo de fibra.
Na segunda espécie estão a seda e o byssus. A seda mais conhecida é aquela produzida pela secreção glandular do bicho-da-seda em seu estado larval, antes de iniciar sua metamorfose em uma crisálida e, depois, em uma borboleta.
E quais as principais características destas fibras? Tanto a seda quanto a lã são facilmente tingidas, absorvem a transpiração e são maus condutores de calor. Além disso, devem ser lavados a uma temperatura baixa, com detergentes neutros ou levemente alcalinos.
Fibras de origem vegetal
São fibras obtidas da celulose das plantas e de várias das suas partes: sementes (como algodão e kapok), caule (linho, cânhamo, juta, rami), veias foliares (ráfia, sisal) e fruto (coco).
De todas essas fibras, a mais comumente utilizada é o algodão, feito da penugem que envolve as sementes de uma planta da família Malvaceae.
Normalmente, as fibras da planta têm excelente recuperação e alta condutividade térmica e tingem facilmente. Ainda absorvem bem a transpiração, embora não tão bem quanto a lã.
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Fibras artificiais
As fibras artificiais são produzidas pelo homem a partir de fibras naturais, geralmente celulose, através de simples transformações químicas.
Estas transformações acontecem porque os polímeros na natureza têm uma superfície irregular ou um comprimento insuficiente para serem transformados em fios longos.
O tecido mais comum nesta categoria é o rayon, termo usado para descrever todos os fios produzidos a partir de derivados da celulose. Dependendo do processo químico usado, podem ser obtidos diferentes tipos de fios (viscose, cupro, acetato etc).
Essas fibras, por serem artificiais, têm muitas vantagens: seu diâmetro pode atingir a finura e o comprimento desejados, seu brilho e opacidade podem ser controlados, é possível tingi-las a qualquer momento e há um rendimento maior, devido à ausência de impurezas.
Fibras sintéticas
As fibras sintéticas, feitas pelo homem, são obtidas por meio de processos complexos de síntese de matérias-primas raras na natureza.
Elas representam 55% das fibras produzidas para roupas e móveis e são divididas em “famílias”, de acordo com a classificação dos polímeros que as compõem. As principais fibras sintéticas são o nylon, o poliéster e o acrílico.
As fibras sintéticas permitem alto rendimento do tecido, termoplasticidade, repelência à água, facilidade de lavagem e resistência ao desgaste. Por outro lado, as características negativas são baixa estabilidade térmica, baixa absorção de umidade, baixa respirabilidade e eletrostática.
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A relação entre as fibras e os fios

No segmento têxtil, é a partir dos vários processos de fiação das fibras que obtemos os fios – que, por sua vez, geram o tecido. Muitas vezes, ao combinar fibras, texturas e cores, uma infinidade de tipos de fios pode surgir, oferecendo um novo toque aos tecidos.
Confira abaixo as principais características dos fios usados no segmento têxtil, conforme a Cartilha de Costurabilidade, Uso e Conservação de Tecidos desenvolvida pela TexBrasil Decor:
- O título, que é a numeração do fio, é expresso em unidade TEX. Quanto mais alto o valor, mais grosso é o fio;
- Suas torções, que são indicadas por metro, originam o fio. Dependendo da aplicação, necessitamos de fios de maior e menor torção.
Por que é importante conhecer as fibras têxteis?
Saber a origem, as características e as indicações de aplicações das fibras têxteis são de suma importância, já que elas interferem diretamente na qualidade do produto final.
As fibras naturais, artificiais ou sintéticas possuem características específicas que devem receber atenção quando o fio é produzido e aplicado na indústria do vestuário.
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Como são formados os tecidos e as estruturas têxteis?
Os tecidos são estruturas têxteis manufaturadas em forma de lâminas flexíveis. Eles são resultado do entrelaçamento de forma ordenada ou desordenada de fios e das fibras que os compõem.
Para tal entrelaçamento, o sistema de obtenção deve formar uma estrutura dimensional, na qual necessitamos de alguns processos e até mesmo combinações.
Por cruzamento de tramas e urdumes, ou até por fusão e processos químicos, os tipos de tecidos surgem e adquirem estruturas visuais. Além de comportamentos físicos como flexibilidade, dobraduras, alongamentos, elasticidade e tantos outros benefícios agregados ao material têxtil.
Existe uma classificação dos tecidos quanto à sua estrutura. As estruturas podem surgir por:
- Entrelaçamento dos fios;
- Ação adesiva ou fusão de fibras;
- Resultados a partir de soluções de fibras têxteis;
- Soluções mistas, ou os chamados “especiais”.
Para você ter uma ideia da complexidade têxtil, existem diversas classificações genéticas de fibras químicas manufaturadas, sem incluir as naturais, que somam, pelo menos, 25 estruturas básicas de tecidos e variações das mesmas.
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Reconhecimento do direito e do avesso nos tecidos
Em alguns casos, o reconhecimento do direito e do avesso de um tecido é bem simples. É o caso dos estampados, por exemplo.
Em outros casos, é necessário usar o bom senso. No entanto, alguns critérios podem facilitar no reconhecimento do avesso do tecido:
- Enrolamento do tecido: o avesso do tecido normalmente fica para fora no rolo;
- Brilho: tecidos sedosos apresentam em seu lado direito um maior brilho;
- Ourela: quando o nome do produtor do tecido está na ourela de forma estampada ou bordada, esse é o lado direito;
- Tato: o lado mais liso é o direito e o mais áspero é o avesso;
- Trama: normalmente, o urdume é mais visível no lado do avesso;
- Rendados: os relevos na renda indicam o lado direito do tecido.
É fundamental que todos os profissionais envolvidos no processo produtivo da confecção conheçam as principais características dos tecidos, sua classificação e propriedades de caimento e adequação para melhores resultados.
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Como classificar os tecidos de acordo com a qualidade?

Hoje em dia, existem vários tipos de tecidos no mercado, com diferentes especificações técnicas. Mas, na hora de utilizá-los na sua produção, você sabe quais são os critérios de classificação dos tecidos relacionados à qualidade?
A classificação de tecidos é feita conforme a ABNT NBR 13484 para tecidos planos, que se baseia em um método de inspeção por pontuação de defeitos.
Saiba, a seguir, o que é preciso considerar para fazer essa avaliação:
Pontuação por defeito
A pontuação é o critério-base de classificação de um tecido conforme a qualidade. Com base nela, são definidos os níveis de qualidade dos tecidos.
Fórmula para cálculo da pontuação
A pontuação geral é outro critério de avaliação. Ela pode ser medida por meio da fórmula (N x 100)/(L x C) = Pontos/100 m², sendo que:
- N = Total de pontos encontrados na inspeção do tecido;
- 100 = Constante;
- L = Largura do tecido inspecionado em metros;
- C = Comprimento do rolo de tecido inspecionado em metros.
Conformidade
Toda não-conformidade visível no tecido, tanto no sentido da trama quanto no sentido do urdume, será pontuada.
Defeitos que desaparecem após o beneficiamento (ou lavagem industrial) e que se encontram dispersos ao longo do tecido poderão ser enviados sem pontuação, desde que estejam com a identificação “desaparece após lavagem” – exceto para tecidos profissionais.
Se ocorrerem defeitos concentrados em um mesmo metro, esses serão pontuados com 4 pontos (pontuação máxima por metro), independentemente do número de defeitos.
Falhas contínuas de até 3 metros no sentido do urdume serão aceitas. Nesse caso, cada metro ou fração tem pena de 4 pontos. Já rolos de tecido de 1,50m não poderão conter defeitos de 3 ou 4 pontos.
Marcação dos defeitos
Defeitos de pontuação 1 e 2 são marcados no tecido, já os defeitos de 3 e 4 pontos podem ser identificados nas ourelas do tecido.
Aqui, são considerados os defeitos contínuos, entre 1 e 3 metros, identificados no início do tecido e a cada metro até atingir o seu final.
Classificação por qualidade dos tecidos
Tecidos de primeira qualidade
São consideradas de primeira qualidade os tecidos cujo limite máximo seja:
- Índigos: 14 pontos por 100m²;
- Colours: 16 pontos por 100m²;
- Profissional: 18 pontos por 100m².
Nota: a metragem especificada nas etiquetas dos rolos poderá conter um desvio de +1%.
Tecidos de segunda qualidade
Na classificação de tecidos, serão enquadradas como de segunda qualidade aqueles cuja pontuação exceda o limite exigido para primeira qualidade.
Essa classificação abrange tecidos que contenham defeitos como:
- Defeitos contínuos com mais de 3 metros, tendo como origem fiação, tecelagem, tingimento ou acabamento, exceto manchas;
- Diferença de nuance entre o centro e a ourela do tecido (centro-ourela), e entre o início e o fim do rolo (ponta a ponta);
- Largura fora da especificação do produto;
- Cor fora do padrão, podendo distanciar das nuances enviadas como primeira qualidade;
- Potencial de stretch fora do especificado para o artigo.
10 principais beneficiamentos de tecido para conhecer
O tecido pode passar por diferentes beneficiamentos têxteis depois de terminada a tecelagem. Cada um desses acabamentos tem o objetivo de transformar o aspecto e/ou a estrutura das fibras, modificá-las quanto a maleabilidade e dureza, retirar impurezas que ficam após o processo, entre outros.
1. Alvejamento
Esse beneficiamento realizado com a aplicação de produtos químicos alvejantes – peróxido de hidrogênio, hipoclorito de sódio ou clorito de sódio – tem o objetivo de clarear as fibras do tecido.
É um procedimento aplicado em fibras naturais que possuem cor amarelada e que prepara o tecido para os processos seguintes, como o branqueamento óptico, tingimento ou estampagem.
Após finalizado a etapa de clareamento, é preciso que as fibras passem por uma lavagem para retirar os produtos químicos do material.
2. Branqueamento óptico
Alguns tecidos, mesmo após passar pelo processo de alvejamento, refletem uma coloração amarelada, sendo necessário aplicar o procedimento de branqueamento óptico neles.
Esse beneficiamento consiste no uso de um produto (quente) que vai refletir os raios azulados e violetas, combatendo os da cor amarela e fazendo com que o tecido pareça ainda mais branco.
3. Ramagem
Presos apenas pelas ourelas, os tecidos passam por uma estufa para secagem e/ou termofixação. As faces do material não entram em contato com qualquer outra superfície durante o processo.
Geralmente aplicado em fibras sintéticas, este beneficiamento fixa a largura e a gramatura do tecido, bem como estabiliza os fios.
4. Sanforização
É um procedimento que provoca o encolhimento mecânico do tecido no sentido do urdume (comprimento).
Durante a fabricação do material, os fios são esticados e tensionados. Caso não passem por um processo de relaxamento das fibras, eles tendem a encolher após a lavagem.
5. Calandragem
Nesse procedimento, o tecido é espremido em alta pressão e temperatura ao passar entre os cilindros de um equipamento. Dessa forma, o material tem sua superfície achatada e dá maior reflexão na luz, fornecendo um brilho mais intenso e melhor toque à superfície do pano.
6. Chamuscagem ou gaseamento
Esse processo tem o objetivo de eliminar por queima as fibras que ficam salientes sobre o tecido, deixando a superfície do material uniforme.
Caso o método não seja feito, podem ocorrer problemas em relação a solidez e regularidade das estampas, por exemplo.
7. Desengomagem
Esse método é aplicado para retirar substâncias engomantes adicionadas aos filamentos durante a etapa de produção do tecido.
Tais elementos precisam ser eliminados das fibras, pois tendem a criar uma camada protetora sobre o tecido e impedem a aplicação adequada dos demais benefícios.
8. Purga
Consiste em um processo de limpeza úmido aplicado em meio alcalino e que elimina as impurezas presentes nas fibra, como gorduras, resinas, parafinas, óleos, entre outros.
9. Flanelagem
Neste processo, é feito o repuxo de pequenos filamentos na superfície do tecido, deixando-o com um aspecto felpudo.
10. Lixagem
A aplicação desse método tem como objetivo dar uma superfície fibrosa ao tecido. Porém, ela aparece menos do que no efeito de flanelagem.
Para atingir o resultado, são usados cilindros envoltos por lixas e a sua movimentação provoca o efeito de “pele de pêssego”.
Leia mais: Indústria 4.0: tudo o que você precisa saber sobre o futuro da confecção
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