Já faz algum tempo que a impressão 3D vem sendo apontada como uma das principais tecnologias da chamada Indústria 4.0. Imprimir objetos tridimensionais por meio de arquivos criados no computador é hoje uma tendência cada vez mais forte e vem sendo acompanhada de perto por empresas de diversas áreas, inclusive as da moda.
São vários os exemplos de grandes marcas, designers e estilistas que têm aproveitado as oportunidades trazidas por essa inovação para produzir peças de vestuário inovadoras. Além de incentivar a criatividade, a impressão 3D facilita a customização em massa, um dos maiores desafios enfrentados pelas confecções atualmente. Com relação ao futuro desse mercado, tudo indica que ele deve se desenvolver ainda mais nos próximos anos, com máquinas mais compactas e de menor custo.
Veja iniciativas de marcas que estão utilizando a impressão 3D
No universo da moda, a estilista holandesa Iris van Herpen é considerada a pioneira no uso da impressão 3D. Conhecida por suas criações futuristas, ela fez seu primeiro vestido por meio da fabricação aditiva em 2009 e, desde então, vem revolucionando esse mercado. Também holandesa, Anouk Wipprecht desenvolve peças que vêm com sensores acoplados e são capazes de medir os níveis de estresse e ansiedade. Suas criações já foram adquiridas por empresas como Swarovski, Google e Microsoft.
As grandes marcas também têm priorizado a impressão digital. A Adidas tem o Futurecraft 4D, um tênis desenvolvido em parceria com a Carbon, startup do Vale do Silício, cuja sola é feita com base na tecnologia Digital Light Synthesis (DLS). Nike, Under Armour e New Balance são outros exemplos de grifes que já estão utilizando essa inovação na prototipagem. Por meio de uma impressão de alto desempenho, a prototipação do Sneaker da Nike é 16 vezes mais rápida do que o processo antigo.
Uma das principais vantagens da impressão 3D é, sem dúvida, a otimização do uso da matéria-prima. Afinal, nesse tipo de produção, só é injetado na máquina o material necessário para a produção de uma peça específica.
Além disso, como há maior racionalidade no uso de insumos, esse tipo de impressão é um importante recursos para empresas que buscam investir em sustentabilidade – não podemos esquecer que uma das maiores preocupações no setor da moda é exatamente reduzir a quantidade de rejeitos gerados na fabricação das peças de roupa.
Como a impressão 3D contribui para a personalização em massa
Outro benefício bastante importante da impressão digital é a possibilidade de oferecer em larga escala peças feitas sob medida, customizáveis e fabricadas conforme a demanda. Hoje, na compra de um calçado, o cliente já consegue personalizar o modelo conforme seus gostos e necessidades a partir de uma simples foto do seu próprio pé.
Softwares especializados e ligados em nuvem são capazes de analisar rapidamente as imagens e obter as dimensões exatas de qualquer parte do corpo. Essa é a tecnologia por trás do Sunfeet, projeto criado pelo Instituto de Biomecânica de Valência, na Espanha. Por meio de um aplicativo, o consumidor tira fotos de seus pés e em seguida as imagens são transformadas em uma versão 3D que servirá como base para a impressão de palmilhas customizadas.
No site da The Post-Couture Collective, comunidade criada com o intuito de desenvolver roupas mais duráveis e sustentáveis, os consumidores também participam ativamente da criação das suas peças. Nesse caso, a pessoa escolhe o modelo que mais a interessou e o personaliza da forma que quiser, incluindo medidas e tipos de material. Depois, basta levar o arquivo digital gerado a um local com impressora 3D e corte a laser para produzi-lo.
Já a DSW, varejista americana de calçados e marca de acessórios de moda, permite que os clientes comprem calçados personalizados e sob demanda a um preço mais baixo do que os tradicionais. Isso só é possível graças à tecnologia de impressão 3D.
O que o futuro reserva para o mercado de impressão digital
Conforme avança a popularização da impressão 3D e a evolução dessa tecnologia, espera-se por uma redução de preços das máquinas que propiciam esse tipo de fabricação. Isso facilitará o acesso para empresas de todos os tamanhos à tecnologia da impressão 3D. Além disso, os equipamentos devem ficar mais compactos, leves e fáceis de usar, ao mesmo tempo em que permitirão criar modelos ainda mais complexos e personalizados.
Há uma forte tendência de que até 2025 essas impressoras consigam trabalhar com volumes muito maiores e que sejam capazes, inclusive, de produzir uma roupa inteira – e não apenas partes do vestuário dos consumidores. Assim, deve ser cada vez maior o número de empresas que, além da prototipagem, adotarão a impressão 3D na produção em massa.
A virtualização e a descentralização do processo produtivo deve ser uma realidade cada vez mais presente na indústria da moda. Com o consumidor no centro da criação, as marcas terão a possibilidade de oferecer uma melhor experiência de compra, fidelização de seus clientes e, como consequência desse processo, garantirão o seu espaço nesse mercado.