Por Nai Salvi
Designer de Moda, especialista em Criação e mestranda em Gestão do Design (UFSC)
Olá, leitores do blog Falando de Criação.
A moda é um cartaz comum para a exposição de causas com o intuito de impactar a alterar a dinâmica social reinante. Sempre foi, e não seria agora que deixaria de ser. Também não é de hoje que vemos manifestações androgenas nos palcos do mundo da moda. A grande diferença é que agora eles se depararam com uma nova estruturação social, uma nova geração que está dando o suporte necessário para promover mudanças significativas na regularização e aceitação das diferenças.
Sumário
Não nos cabe entrar em discussões sobre os motivos específicos que levaram a sociedade a se estruturar de maneira tão radical e inlfexível, como têm sido até agora. Uma construção massiva de pertencimento, uma necessidade obsessiva de escolher um lado, o certo ou o errado, o bem ou o mal, o céu ou a terra. A boa notícia, é que isso acabou! Sim, há quem sustente as antigas divisões, mas isso sempre existirá. A sorte é que deixou de ser a maioria.
Quando se iniciam os movimentos contra o estabelecimento das “tribos”, já observamos as primeiras alterações no padrão social. Quando o indivíduo se permite a liberdade de transitar entre diferentes estilos e propostas, com o único objetivo de afirmar a si mesmo, e não mais ao discurso ideológico que os grupos estratificados imperam. Quando você pode ser um pouco paulista, um pouco mineiro, um pouco gaúcho, sem deixar de ser nenhum deles, apenas ser você mesmo, se disperta uma atenção para EU, a afirmação única e exclusiva de uma persoalidade.
É nesta terreno fértil que os Genders ganham força e adeptos. Torna-se possível simplesmente não ser, nem um, nem outro. Ser neutro, ou ser ambos. Transitar entre a magnificência da liberdade e escolher por livre arbitrio, e mais! Ser aceito por isso.
“Passamos a nos orientar por uma nova constelação: um espírito transcultural, aberto, inquieto, autêntico e plural, e esses novos valores desafiam a normatividade e a lógica dualista que por tanto tempo comandaram o ritmo do baile. Os significados absolutos ganham contornos ambivalentes e o “e”’ passa a seduzir mais que o “ou”, afirmou Bruna Baffa do ponto eletrônico.
As janelas estão abertas e os olhares também. É possível agora abrir a mente, e aceitar o que já está aceito: que o mundo deixou de ser A ou B, pra ser aquilo que quiser, quando lhe convier. E a moda? A moda manda beijos estrelados, por que ela sabe, estamos dando as boas vindas a uma nova estruturação social, estamos evoluindo!
Até a próxima pessoal!
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