Na rota da originalidade, a moda envereda por caminhos não usuais e cultiva processos criativos distantes das regras convencionais. Para um mercado que privilegia cada vez mais a habilidade em guardar distância da uniformização, há designers preocupados em conquistar – ou impactar – o público com uma costura singular. É o caso da estilista chinesa, CJ Yao, que aperfeiçoa técnicas artesanais em madeira e faz das peças rígidas a base de suas roupas e acessórios.
Os seus experimentos passam a ganhar visibilidade no trabalho de graduação em moda pela Central Saint Martin, em Londres. No final do ano passado, a coleção “Wood Be” levou à passarela a ideia do material primário como fonte do processo criativo. A proposta da costura contemporânea mistura placas e tubos saídos das mesas de carpintaria às franjas e tecidos de texturas espessas. Tricô e crochê estabeleceram o elo de ligação entre a madeira e os têxteis.
Coleção “Wood Be” da estilista chinesa CJ Yao/ Reprodução
Na descrição de CJ Yao, sua inspiração expressa na coleção vem da paixão por instrumentos musicais da China antiga. Esse link está na abundância das franjas de seda que simulam cordas. A concepção explora a madeira como ponte de comunicação com a natureza e de refinamento às técnicas tradicionais aplicadas à moda. "Cada peça representa a imagem de uma mulher ideal que parece encontrar uma sutil proteção em minhas vestes", afirma a estilista em sua página.
Aos 27 anos, a designer CJ Yao, nascida em Xangai, semeia planos com doses extras de otimismo: deseja que sua roupa de estética escultural seja facilmente identificável e apreciada pelo tom do conceito exuberante.
Por Raquel Medeiros
Jornalista pela UFPB, coolhunter e editora do site Nas Entrelinhas