
16/06/2021

8 vantagens da padronização de medidas do vestuário
Contents
Entrar em uma loja e não encontrar uma peça com modelagem que vista bem, ou mesmo vestir tamanhos diferentes dependendo da marca é um problema que muitos consumidores brasileiros enfrentam pela falta de padronização da tabela de medidas de roupas das confecções.
O simples ato de vestir uma roupa nova se torna ainda mais difícil entre consumidores que vestem plus size ou que possuem proporções corporais não contempladas pela maioria das tabelas de medidas atuais.
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é quem normaliza o sistema de indicação de tamanhos de vestuário, baseado em estudos sobre a variação de medidas corporais de brasileiras e brasileiros.
Essas medidas servem como referencial para as tabelas de medidas usadas indústria do vestuário, mas o não uso ou a falta de padronização dessas tabelas nas confecções provoca grandes dores de cabeças em quem produz moda e quem a consome.
Por isso, encontrar roupas que combinem boas modelagens, bons caimentos e medidas que contemplem os mais variados tamanhos e tipos de corpos ainda é um desafio para a maioria das pessoas.
Essa frustração do consumidoracaba impactando as marcas em diversos aspectos, como a frequência de troca e devolução de produtos que resulta em uma gradativa perda de confiança. Mas os custos e os gargalos causados pela não padronização da tabela de medidas podem aparecer muito antes da chegada das peças nas lojas.
Quer entender por que a padronização da tabela de medidas de roupas é importante? Preparamos um conteúdo sobre o assunto, mostrando como uma grade de tamanhos ampla e bem planejada para o público-alvo traz benefícios tanto para a confecção quanto para quem consome moda. Acompanhe a seguir oito vantagens da padronização da tabela de medidas de roupas.
Quando começamos a tabelar medidas corporais para as roupas?
A partir das revoluções industriais que tiveram início no século XVIII, a Indústria Têxtil se desenvolveu de tal forma que possibilitou a produção de roupas em larga escala no século seguinte.
Para tanto, foram realizados estudos antropométricos para a indústria do vestuário, que viabilizaram as primeiras grades de tamanhos de roupas para a produção em série.
Esse tipo de produção teve crescimento significativo após a Segunda Guerra Mundial e, com o conceito de prêt-à-porter, ou pronto para vestir grandes marcas passaram a democratizar suas criações através do prêt-à-porter, ou pronto para vestir, impulsionando a Indústria da Moda com produtos de mais qualidade e variedade de estilos.
Apesar de haver um referencial de tamanhos do corpo humano, cada confecção produzia peças a partir de medidas que entendiam ser o padrão de corpo de seus consumidores, ou seja, não havia um critério universal.
Isso mudou em 1969, quando a Organização Internacional para Padronização (ISO, na sigla em inglês) determinou que cada país deveria se basear nos biótipos nacionais para padronizar suas medidas.
Tabelas de medidas para confecção de roupas, segundo a ABNT
A partir da determinação da ISO, em 1968, comitês especiais da ABNT realizaram estudos para a elaboração de tabelas com referenciais de medidas do corpo humano específicos para o vestuário.
Em 1995, foi publicada a ABNT NBR 13.377:1995 – Medidas do corpo humano para vestuário – Padrões referenciais, que anos depois seria revisada e substituída por novas normas, com medidas femininas, masculinas e infantis separadamente.
Atualmente, então em vigor a NBR 15.800:2009 e a NBR 16.060:2012, com medidas referenciais para roupas de bebê e infanto-juvenil, e para o vestuário masculino, respectivamente.
A partir de novos estudos antropométricos da população brasileira realizados pelo projeto SizeBR, parceria entre o SENAI CETIQT, a ABNT e o Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário (ABNT/CB-17) será publicada a NBR 16933, referente às medidas do corpo feminino para o vestuário, após passar por consulta pública em janeiro de 2021 para ajustes e a aprovação.

Medidas corporais para vestuário baseadas em biótipos
Os hábitos e o estilo de vida, assim como os formatos e medidas do corpo dos brasileiros tiveram uma mudança significativa desde a norma técnica da ABNT de 1995 para confecção de vestuário.
Surgiu, então, a necessidade de novos estudos para atualização dos dados antropométricos, fazendo uso de tecnologias mais avançadas para obter referenciais muito mais fiéis às características reais do perfil dos brasileiros.
Dessa forma, além das informações do tamanho, as etiquetas das roupas passariam a ter também medidas corporais de referência sobre as quais determinada peça foi feita, de acordo com as proporções de biótipos.
Vantagens da padronização da tabela de medidas
Apesar de não serem de uso obrigatório por parte das confecções, as normas da ABNT para o vestuário são ferramentas muito úteis para que as marcas se adequem a diversidade de biótipos, uma vez que as tabelas de medidas referenciais já passaram por estudos, foram discutidas e aprovadas por especialistas da área.
Por outro lado, essa flexibilização acaba fazendo com que cada empresa trabalhe com suas próprias tabelas, baseado em um público-alvo de características corporais muito específicas.
Como resultado da falta de padronização, o consumidor de moda vê uma experiência que deveria ser prazerosa se transformar em uma busca cansativa por uma peça de tamanho correto, confortável e com boa vestibilidade.
Do desenvolvimento do produto ao processo de compra, a padronização de tabelas de medidas proporciona inúmeros benefícios. Confira alguns deles:
1. Ajuda a identificar os biótipos do público-alvo
Com uma tabela de medidas padronizada, fica muito mais fácil conhecer quem usa determinado produto e quais os tamanhos da grade mais tem saída nas lojas. Também é possível saber qual é o biotipo que mais se encaixa no público-alvo e ter essa informação como referência para novas criações.
2. Facilita a modelagem
A tabela de medidas de roupas é uma ferramenta essencial para a modelagem, uma etapa do processo de confecção que impacta diretamente na qualidade do produto finalizado.
Trabalhar com tabelas planejadas de acordo com diferentes proporções, tamanhos e formatos corpóreos facilita a interpretação de medidas, a criação de bases e a confecção de moldes de qualidade.
O resultado de uma modelagem feita a partir de uma tabela de medidas, estudada para ser aplicável a diversidade corporal dos consumidores, são modelos ergonômicos e esteticamente agradáveis.
A padronização da tabela de medida também otimiza o processo de reutilização de bases e a gradação de moldes para tamanhos além do utilizado na peça-piloto.
3. Reduz desperdícios de materiais
Servindo de base para a criação, modelagem, orientação da costura e controle de qualidade dos produtos, a tabela de medidas padronizada ajuda na redução de resíduos e desperdícios de materiais.
Isso porque é possível garantir uma menor taxa de erros e retrabalhos, tornando o processo produtivo muito mais sustentável desde a peça-piloto.
4. Facilita compras em lojas online e físicas
A partir das grades de tamanhos padronizadas segundo as normas técnicas da ABNT, é certo que os modelos terão melhor caimento e conforto na maioria dos biótipos brasileiros.
Isso facilita tanto a compra em loja física, quando não é possível provar a roupa em loja — como no caso da escolha de presentes — quanto a compra em lojas online.
Pelas medidas da roupa e tendo como referência as medidas e o formato do corpo de quem vai vesti-la, a compra fica muito mais fácil e sem frustrações.
5. Reduz o tempo de provador
Uma situação muito comum é a seleção de vários tamanhos de uma mesma peça para levar ao provador e descobrir qual veste melhor. O tempo de um mesmo cliente em loja sem efetuar uma compra é muito maior, assim como a chance do consumidor se sentir insatisfeito e não levar a peça.
Quando uma coleção é trabalhada sobre uma boa tabela de medidas, o processo de prova da roupa é muito menor. Se o cliente bate o olho em uma peça e gosta muito dela, por que frustrar o desejo de compra por incompatibilidade de medidas?
6. Reduz troca e devolução de produtos
Troca e devolução de produtos representam custos consideráveis para a confecção, uma vez que as peças que sobram de uma coleção entram em ponta de estoque e o lucro sobre ela se torna menor.
O alto índice de peças rejeitadas também resulta em falta de confiança na marca e custo de operação elevado no varejo.
7. Fideliza clientes
Satisfeito, um cliente sempre tende a consumir novamente e recomendar uma marca. Quando falamos de fidelização, o bom caimento e a modelagem se tornam um diferencial, entre tantas marcas que não possuem medidas pensadas de acordo com seu público-alvo.
Quando uma pessoa encontra, finalmente, uma calça que vista de forma adequada e surpreenda nos quesitos conforto, beleza e qualidade, é claro que voltará a consumir daquela mesma marca, pois sabe que será bem vestido por ela.
8. Torna a moda mais inclusiva e democrática
Talvez um dos pontos mais importantes no momento para quem consome moda, ao lado da sustentabilidade, é a moda para todos os corpos. Neste sentido, a ABNT tem revisados suas normas técnicas para que seja possível a ampliação de tamanhos nas grades das confecções e a criação de modelos que se adequem aos diferentes shapes de brasileiras e brasileiros.
É crescente a quantidade de marcas que aumentaram suas grades de tamanho para incluir mais pessoas plus size, por exemplo. Mas para democratizar o acesso à moda, é interessante que confecções tenham como base para a ampliação das grades os mais recentes estudos antropométricos, como o realizado pela ABNT.

Como a tabela de medidas padronizada facilita a criação e a gradação de moldes
Como vimos até aqui, a padronização da tabela de medidas para roupas proporciona benefícios muito importantes para as confecções, para os lojistas e, principalmente, para o consumidor.
Nas confecções, a etapa da modelagem é uma das mais beneficiadas quando há a padronização da tabela de medidas, justamente por esta ser uma fase crucial para a qualidade e o resultado final do produto.
Além da facilidade de interpretação das informações para a confecção do molde, os profissionais modelistas ganham tempo e eliminam retrabalhos na gradação dos moldes para as outros tamanhos da grade, a partir do molde de base.
Quando a tabela de medida apresenta informações completas e proporções corretas e bem planejadas para os diferentes biótipos, graduar moldes se torna mais fácil e ágil.
E esse resultado positivo a partir de tabelas de medidas padronizadas pode ser ainda melhor através de softwares como Audaces Moldes, ferramenta de modelagem digital que, entre inúmeras vantagens, automatiza a gradação de moldes através da tabela de medidas padrão ou criada pela própria confecção.
Com Audaces Moldes, a gradação de moldes a partir de uma base é feita em poucos cliques, reduzindo muito o tempo antes dedicado para esta tarefa — dependendo da confecção, a gradação de moldes de uma só peça pode levar horas ou mesmo dias para ficar pronta.
Para saber mais sobre Audaces Moldes e todas as ferramentas de Audaces 360 para criação, desenvolvimento e produção, solicite o contato de um consultor Audaces. Estaremos prontos para ouvir os desafios da sua confecção e apresentar as melhores soluções da Indústria da Moda.
Deixe um Comentário